domingo, 12 de julho de 2015

Tua paz interior

Evita o tumulto extravagante das novidades perturbadoras.
Harmoniza-te de forma que não sejas arrebatado pela ilusão de estar presente em todo lugar ao mesmo tempo, fruindo somente prazeres, possuindo os equipamentos mais recentes, que logo são ultrapassados por outros mais complexos, incapazes, porém, de proporcionar-te a harmonia interior.

Essa correria insensata para a aquisição de instrumentos de utilidade tecnológica e virtual esconde, no seu bojo, a fuga psicológica do indivíduo que não se encoraja a viajar para dentro, procurando descobrir as razões dos conflitos que o aturdem, escondendo-se sob a tirania das máquinas que lhe permitem comunicação com o mundo e todos quantos deseje, sem produzirem a autorrealização no seu possuidor.

Ninguém vive em paz interior sem a consciência do dever retamente cumprido. Após anestesiar-se a consciência por algum tempo, ei-la desperta, gerando culpa e necessidade de corrigenda. Daí o enfermo moral busca novamente a distração nos mecanismos de fuga e transferência.

O ser humano está destinado à glória imortal. A sua é a fatalidade das excelsas bênçãos que o aguardam. Dessa forma, a conquista da dignidade moral é um desafio que deve ser enfrentado e vivenciado desde as experiências mais simples, a fim de ser criado o condicionamento superior para que se transforme em aquisição valiosa. Eis por que o Espiritismo, na sua condição de filosofia exemplar, oferece o concurso da iluminação interior, explicando as razões da existência, sua finalidade, sua origem e sua culiminância...


Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco. Livro: Ilumina-te.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

ENFERMOS DA ALMA


Suas opiniões primam pela contundência.

Dizem-se sinceros, expondo o que pensam, conforme pensam, com violência.

Creem-se possuidores do conhecimento integral.

Combatem os demais com acrimônia.

Desejam reformar o mundo, embora tenham dificuldade em melhorar-se.

Primam-se pelas colocações pessoais, não facultando que outros disponham do mesmo direito.

Aceitos, fazem-se gentis.

Não admitidos, tornam-se agressivos, ferrenhos adversários.

Defendem a liberdade do comportamento franco. Em relação, porém, ao que gostam de expor, não de ouvir.

Evitam examinar o com que não estão de acordo, porque receiam o contágio da realidade, que lhes contraria os “pontos de vista”.

Anatematizam com facilidade, mesmo quando não conhecem, satisfatoriamente, o com que discordam.

Extrovertidos ou silenciosos, não abdicam dos seus conceitos, mesmo que a evidência seja diversa.

Extenuam os que lhes padecem a algaravia com o excesso de argumentação. Palavras vigorosas e conteúdo frágil.

Tornam-se extremistas e pressupõem que o Sol apenas brilha para eles.

Estão enfermos da alma, esses irmãos impetuosos.

Ignoram que, mesmo a verdade, deve ser lecionada com equilíbrio.

Atitude excessiva em qualquer cometimento expressa desajuste.

A gema preciosa arrojada com cólera, fere, provocando reação compatível de ira em quem lhe sofre o golpe.

Afirmam não necessitar de ajuda, porque são carentes dela.

Recusam-se a humildade por preferirem o autodeslumbramento em que se alucinam.

Respeita-os sem os temer.

Sê leal para contigo mesmo e gentil para com eles.

Apesar de os deveres considerar, expressa a sã doutrina, não os valorizando o quanto se atribuem.

Dá testemunho do Cristo em tuas palavras e obras, quando e onde estejas, sem te impressionares com o verbalismo fluente e vazio de que se fazem portadores.

As cigarras cantam e nada realizam, enquanto zumbem as abelhas e produzem abundância, tornando-se úteis e necessárias à vida.

Desobriga-te dos teus compromissos de esclarecer consciências e confortar corações sem alarde, porém, sem timidez.

Quando se faz o que se pode, sempre se faz o melhor e o máximo.

Assim agindo, estarás, sem dar-te conta, ajudando os irmãos enfermos da alma, que encontrarão em teu verbo e ação, a psicoterapia e o estímulo para lograrem a cura de que necessitam e não o percebem.

De “Oferenda”
De Divaldo P. Franco

Pelo Espírito Joanna de Ângelis