quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

CONVITE


Participe das Palestras Doutrinárias do CEAK -  Centro Espírita Allan Kardec de Imbituba 
Horários:

Quarta-feira - 15:00h
Quinta-feira - 19:30h
Sábado       - 16:00h
Domingo     - 19:30h

domingo, 22 de dezembro de 2013

A psique humana na Reforma Íntima


1)           O que é a reforma íntima ?
Reforma Íntima é um processo contínuo de autoconhecimento, de conhecimento de nossa intimidade espiritual.
2)           Auto  conhecimento de quem?
Do ser humano, que é organizado por complexos elementos que transcendem a uma análise superficial.
Somos quando encarnados constituídos de:

ESPÍRITO – PERÍSPIRITO - CORPO

Quanto mais conhecimentos abarcamos de nossa própria realidade, mais condições temos de avançar no autoconhecimento.
O convite é de mergulhar no aparelho psíquico que traz todos os conteúdos e a nossa própria essência.
No modelo do aparelho psíquico humano temos:


O Ego percebe os conteúdos que estão ao seu alcance, nome, identidade, profissão, características físicas, o que cada um percebe de si.
O Inconsciente Pessoal são todas as lembranças dos acontecimentos dessa mesma existência que não se recorda mais.
O Inconsciente Coletivo ou Profundo são as heranças antigas das encarnações passadas.

O grande desafio da existência humana está na capacidade de explorar esse mundo desconhecido, dele retirando todos os potenciais que possam produzir felicidade e auto-realização... (Joanna de Ângelis - Vida: desafios e soluções – Cap. 7).

SOMOS ALÉM DO EGO.

3)           Por que a Reforma Íntima?
Porque é o meio de nos libertarmos das imperfeições e de fazermos objetivamente o trabalho de burilamento dentro de nós,conduzindo-nos compativelmente com as aspirações que nos levam ao aprimoramento do nosso espirito.
4)           Para que a Reforma Íntima?
Para transformar o homem e a partir dele toda a humanidade, ainda tão distante das vivências evangélicas.

 O objetivo da evolução, a razão de ser da vida não é a felicidade terrestre como muitos erradamente creem, mas o aperfeiçoamento de cada um de nós e esse aperfeiçoamento devemos realizá-lo por meio do trabalho, do esforço, de todas as alternativas da alegria e da dor, até que nos tenhamos desenvolvido completamente e elevado ao estado celeste.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Estudo do Passe I

Allan Kardec afirmou existir grande ligação da ciência espírita com a ciência do Magnetismo. Os espíritas, no propósito de dar sustentação aos estudos do passe, têm buscado estudar a ciência magnética para compreender essa ligação.

A diagnose dos problemas trazidos pelo paciente do passe é um dos capítulos que merecem aprofundamento. O atendimento fraterno tem se caracterizado, juntamente com o uso do tato magnético e da vidência, como formas de reconhecer e identificar aqueles problemas.
Allan Kardec informa, em O Livro dos Espíritos, no Resumo teórico do sonambulismo, do êxtase e da dupla vista, que:

 “A emancipação da alma se verifica às vezes no estado de vigília e produz o fenômeno conhecido pelo nome de segunda vista ou dupla vista, que é a faculdade graças a qual quem a possui vê, ouve e sente além dos limites dos sentidos humanos. Percebe o que exista até onde estende a alma a sua ação. Vê, por assim dizer, através da vista ordinária, e como por uma espécie de miragem”.
 “O poder da vista dupla varia, indo desde a sensação confusa ate a percepção clara e nítida das coisas presentes ou ausentes. Quando rudimentar, confere a certas pessoas o tato, a perspicácia, uma certa segurança nos atos, a que se pode dar o qualificativo de precisão de golpe de vista moral. Um pouco desenvolvida, desperta os pressentimentos. Mais desenvolvida mostra os acontecimentos que deram ou estão para dar-se”.

Em seu método caracterizado por conversações com os Espíritos, Allan Kardec obterá, em O Livro dos Espíritos, questão 450, a informação de origem espiritual, de que é possível aos médiuns desenvolverem essa capacidade perceptiva:

450. A dupla vista e suscetível de desenvolver-se pelo exercício?
“Sim, do trabalho sempre resulta o progresso e a dissipação do véu que encobre as coisas.”

a) Esta faculdade tem qualquer ligação com a organização física?
“Incontestavelmente, o organismo influi para a sua existência. Ha organismos que lhe são refratários.”
As afirmações kardequianas constituem-se em fomentação de seguros caminhos a serem desbravados.

(colaborador Osvaldo Camargo Bräscher)

domingo, 1 de dezembro de 2013

Visão do Natal para os Espíritas

Por Marta Antunes 

Natal é comemorado no dia 25 de dezembro porque a data foi retirada de uma festa pagã muito popular existente na Roma antiga, e que fora oficializada pelo imperador Aureliano em 274 d. C. A finalidade da festa era homenagear o deus sol Natalis Solis Invicti (Nascimento do Sol Invicto)   considerado a primeira divindade do império romano  e festejar o início do solstício de inverno.

Com o triunfo do Cristianismo, séculos depois, a data foi utilizada pela igreja de Roma para comemorar o nascimento do Cristo (que, efetivamente, não ocorreu em 25 de dezembro), considerado, desde então, como o verdadeiro “sol” de justiça. Com o passar do tempo, hábitos e costumes de diferentes culturas foram incorporados ao Natal, impregnando o de simbolismo: a árvore natalina, por exemplo, é contribuição alemã, instituída no século XVI, com o intuito de reverenciar a vida, sobretudo no que diz respeito aos pinheiros, que conservam a folhagem verde no inverno; o presépio foi ideia de Francisco de Assis, no século XIII. As bolas e estrelas que enfeitam a árvore de Natal representam as primitivas pedras, maçãs ou outros elementos com que no passado se adornavam o carvalho, precursor da atual árvore de Natal. 

Antes de serem substituídas por lâmpadas elétricas coloridas, as velas eram enfeites comuns nas árvores, como um sinal de purificação, e as chamas acesas no dia 25 de dezembro são uma referência ao Cristo, entendido como a luz do mundo. A estrela que se coloca no topo daárvore é para recordar a que surgiu em Belém por ocasião do nascimento de Jesus. Os cartões de Natal apareceram pela primeira vez na Inglaterra, em meados do século XIX. Os espíritas veem o Natal sob outra ótica, que vai além da troca de presentes e a realização do banquete natalino, atividades típicas do dia. Já compreendem a importância de renunciar às comemorações natalinas que traduzam excessos de qualquer ordem, preferindo a alegria da ajuda fraterna aos irmãos menos felizes, como louvor ideal ao Sublime Natalício.

Os verdadeiros amigos do Cristo reverenciam-no em espírito.
A despeito do relevante significado que envolve o nascimento e a vida do Cristo e sua mensagem evangélica, sabemos que muitos representantes da cristandade agem como cristãos sem o Cristo, porque vivenciam um Cristianismo de aparência.


Neste sentido, afirmava o Espírito Olavo Bilac que “ser cristão é ser luz ao mundo amargo e aflito, pelo dom de servir à Humanidade inteira”. Chegará a época, contudo,em que Jesus, o guia e modelo da Humanidade terrestre, será reverenciado em espírito e verdade; Ele deixará de ser visto como uma personalidade mítica, distante do homem comum; ou mero símbolo religioso que mais se assemelha a uma peça de museu, esquecida em um canto qualquer, empoeirada pelo tempo. Não podemos, contudo, perder a esperança. Tudo tem seu tempo para acontecer.

No momento preciso, quando se operar a devida renovação espiritual da Humanidade, indivíduos e coletividades compreenderão que [...] Jesus representa o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo, e a doutrina que ensinou é a mais pura expressão de sua lei [...].



Distanciado dos simbolismos e dos rituais religiosos, o espírita consciente procura festejar o Natal todos os dias, expressando-se com fraternidade e amor ao próximo. Admite, igualmente, que [...] a Doutrina Espírita nos reconduz ao Evangelho em sua primitiva simplicidade, porquanto somente assim compreenderemos, ante a imensa evolução científica do homem terrestre, que o Cristo é o sol moral do mundo, a brilhar hoje, como brilhava ontem, para brilhar mais intensamente amanhã.  Perante as alegrias das comemorações do Natal, destacamos três lições ensinadas pelos orientadores espirituais, entre tantas outras. Primeira, o significado da Manjedoura, como assinala Emmanuel: As comemorações do Natal conduzem-nos o entendimento à eterna lição de humildade de Jesus, no momento preciso em que a sua mensagem de amor felicitou o coração das criaturas, fazendo-nos sentir, ainda, o sabor de atualidade dos seus divinos ensinamentos.

A Manjedoura foi o Caminho. A exemplificação era a Verdade. O Calvário constituía a Vida. Sem o Caminho, o homem terrestre não atingirá os tesouros da Verdade e da Vida. Segunda, a inadiável (e urgente) necessidade de nos aproximarmos mais do Cristo, de forma que o seu Evangelho se reflita, efetivamente, em nossos pensamentos, palavras e atos. Para a nossa paz de espírito não é mais conveniente sermos cristãos ou espíritas “faz de conta”.[...]

Comentando o Natal, assevera Lucas que o Cristo é a Luz para alumiar as nações. Não chegou impondo normas ou pensamento religioso. Não interpelou governantes e governados sobre processos políticos. Não disputou com os filósofos quanto às origens dos homens. Não concorreu com os cientistas na demonstração de aspectos parciais e transitórios da vida. Fez luz no Espírito eterno.

Embora tivesse o ministério endereçado aos povos do mundo, não marcou a sua presença com expressões coletivas de poder, quais exército e sacerdócio, armamentos e tribunais. Trouxe claridade para todos, projetando-a de si mesmo. Revelou a grandeza do serviço à coletividade, por intermédio da consagração pessoal ao Bem Infinito. Nas reminiscências do Natal do Senhor, meu amigo, medita no próprio roteiro.

Tens suficiente luz para a marcha? Que espécie de claridade acendes no caminho? Foge ao brilho fatal dos curtos-circuitos da cólera, não te contentes com a lanterninha da vaidade que imita o pirilampo em voo baixo, dentro da noite, apaga a labareda do ciúme e da discórdia que atira corações aos precipícios do crime e do sofrimento. Se procuras o Mestre divino e a experiência cristã, lembra-te de que na Terra há clarões que ameaçam, perturbam, confundem e anunciam arrasamento...

Estarás realmente cooperando com o Cristo, na extinção das trevas, acendendo em ti mesmo aquela sublime luz para alumiar? Por último é muito importante aprendermos a ser gratos a Jesus pelas inúmeras bênçãos que Ele nos concede cotidianamente, em nome do Pai, como a família, os amigos, a profissão honesta, a vivência espírita etc., sabendo compartilhá-las com o próximo, como aconselha Meimei: Recolhes as melodias do Natal, guardando o pensamento engrinaldado pela ternura de harmoniosa canção... 

Percebes que o Céu te chama a partilhar os júbilos da exaltação do Senhor nas sombras do mundo. [...] Louva as doações divinas que te felicitam a existência, mas não te esqueças de que o Natal é o Céu que se reparte com a Terra, pelo eterno amor que se derramou das estrelas. Agradece o dom inefável da paz que volta, de novo, enriquecendo-te a vida, mas divide a própria felicidade, realizando, em nome do Senhor, a alegria de alguém!... 

Referências:
1DUTRA, Haroldo D. O novo testamento. (Tradutor). Brasília: EDICEI, 2010. p. 258.
2VIEIRA, Waldo. Conduta espírita. Pelo Espírito André Luiz. 31. ed. 3. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. 47, p. 154.
3XAVIER, Francisco C. Antologia mediúnica do natal. Espíritos diversos. 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 76, p. 201.
4KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Q. 625.
5______. ______. Comentário de Kardec àq. 625.
6XAVIER, Francisco C. Religião dos espíritos. Pelo Espírito Emmanuel. 21. ed. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. Jesus e atualidade, p. 296.
7______. Antologia mediúnica do natal. Espíritos diversos. 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 21, p. 57.
8LUCAS, 2:32.
9XAVIER, Francisco C. Antologia mediúnica do natal. Espíritos diversos. 6. ed.Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 4.

sábado, 30 de novembro de 2013

Quanto a verdade

Guardes contigo a convicção de que a Verdade não é patrimônio de ninguém em particular.

Todos estamos a caminho da Verdade Integral, de cujo perfeito conhecimento aproximamo-lo a pouco e pouco, através das múltiplas experiências no corpo físico.

Mantenha-se sempre receptivo às novas luzes da Revelação Divina, sem te encarcerares a fanatismos e preconceitos.

Não menosprezes a maneira de pensar de quem quer que seja, procurando compreender que cada um se encontra em determinado degrau evolutivo.

Quando o homem se conscientiza, espontaneamente vislumbra o que antes lhe era vedado enxergar.
O sofrimento amadurece as almas para a Vida, porquanto somente a dor consegue despertar-nos para as realidades do mundo íntimo.

Não queiras forçar os outros a pensarem conforme pensas.

Vive a tua vida e exemplifica a tua verdade , deixando ao tempo a tarefa de convencer os que se trancam dentro de si mesmos, recusando-se a avançar na senda do progresso espiritual.

Não te preocupes em converter ninguém ao teu modo de ser.

Convence-te de que o Amor é mais importante do que a Verdade, porquanto “Deus é Amor”.
São muitos os que conhecem, poucos os que sabem e raros os que amam.

Diante da Verdade, os intelectuais se exaltam, mas os sábios se curvam.
O Estudo, aliado ao Trabalho, é o caminho para a Verdade, mas o Amor é a Luz que te permite contemplá-la.

Por agora, os homens se dividem em diferentes facções religiosas, mas tempo virá em que todos formarão um só rebanho sob a égide do Cristo, Divino Pastor. 
(Francisco Cândido Xavier, ditado pelo Espírito Irmão José)

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

O egoísmo

Se os homens se amassem com mútuo amor, mais bem praticada seria a caridade; mas, para isso, mister fora vos esforçásseis por largar essa couraça que vos cobre os corações, a fim de se tornarem eles mais sensíveis aos sofrimentos alheios. A rigidez mata os bons 
sentimentos; o Cristo jamais se escusava; não repelia aquele que o buscava, fosse quem fosse: socorria assim a mulher adúltera, como o criminoso; nunca temeu que a sua reputação sofresse por isso. Quando o tomareis por modelo de todas as vossas ações? Se na Terra a caridade reinasse, o mau não imperaria nela; fugiria envergonhado; ocultar-se-ia, visto que em toda parte se acharia deslocado. O mal então desapareceria, ficai bem certos.
Começai vós por dar o exemplo; sede caridosos para com todos indistintamente; esforçai-vos por não atentar nos que vos olham com desdém e deixai a Deus o encargo de fazer toda a justiça, a Deus que todos os dias separa, no seu reino, o joio do trigo.
O egoísmo é a negação da caridade. Ora, sem a caridade não haverá descanso para a sociedade humana. Digo mais: não haverá segurança. Com o egoísmo e o orgulho, que andam de mãos dadas, a vida será sempre uma carreira em que vencerá o mais esperto, uma luta de interesses, em que se calcarão aos pés as mais santas afeições, em que nem sequer os sagrados laços da família merecerão respeito. Pascal. (Sens, 1862.)


(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XI, item 12.)

Os inimigos desencarnados

Ainda outros motivos têm o espírita para ser indulgente com os seus inimigos. Sabe ele, primeiramente, que a maldade não é um estado permanente dos homens; que ela decorre de uma imperfeição temporária e que, assim como a criança se corrige dos seus defeitos, o homem mau reconhecerá um dia os seus erros e se tornará bom.
Sabe também que a morte apenas o livra da presença material do seu inimigo, pois que este o pode perseguir com o seu ódio, mesmo depois de haver deixado a Terra; que, assim, a vingança, que tome, falha ao seu objetivo, visto que, ao contrário, tem por efeito produzir maior irritação, capaz de passar de uma existência a outra. Cabia ao Espiritismo demonstrar, por meio da experiência e da lei que rege as relações entre o mundo visível e o mundo invisível, que a expressão: extinguir o ódio com o sangue é radicalmente falsa, que a verdade é que o sangue alimenta o ódio, mesmo no além-túmulo. Cabia-lhe, portanto, apresentar uma razão de ser positiva e uma utilidade prática ao perdão e ao preceito do Cristo: Amai os vossos inimigos. Não há coração tão perverso que, mesmo a seu mau grado, não se mostre sensível ao bom proceder. Mediante o bom procedimento, tira-se, pelo menos, todo pretexto às represálias, podendo-se até fazer de um inimigo um amigo, antes e depois de sua morte. Com um mau proceder, o homem irrita o seu inimigo, que então se constitui instrumento de que a justiça de Deus se serve para punir aquele que não perdoou.
Pode-se, portanto, contar inimigos assim entre os encarnados, como entre os desencarnados. Os inimigos do mundo invisível manifestam sua malevolência pelas obsessões e subjugações com que tanta gente se vê a braços e que representam um gênero de provações, as quais, como as outras, concorrem para o adiantamento do ser, que, por isso; as deve receber com resignação e como conseqüência da natureza inferior do globo terrestre. Se não houvesse homens maus na Terra, não haveria Espíritos maus ao seu derredor. Se, conseguintemente, se deve usar de benevolência com os inimigos encarnados, do mesmo modo se deve proceder com relação aos que se acham desencarnados.
Outrora, sacrificavam-se vítimas sangrentas para aplacar os deuses infernais, que não eram senão os maus Espíritos. Aos deuses infernais sucederam os demônios, que são a mesma coisa. O Espiritismo demonstra que esses demônios mais não são do que as almas dos homens perversos, que ainda se não despojaram dos instintos materiais; que ninguém logra aplacá-los, senão mediante o sacrifício do ódio existente, isto é, pela caridade; que esta não tem por efeito, unicamente, impedi-los de praticar o mal e, sim, também o de reconduzi-los ao caminho do bem e de contribuir para a salvação deles. É assim que o mandamento: Amai os vossos inimigos não se circunscreve ao âmbito acanhado da Terra e da vida presente; antes, faz parte da grande lei da solidariedade e da fraternidade universais.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XII, itens 5 e 6.)


sábado, 9 de novembro de 2013

Finalidades do Centro Espírita

            Operar a propagação da Doutrina Espírita para a renovação do homem, eis a função       essencial do Centro Espírita, cujas finalidades derivam da sua natureza de núcleo de estudo, fraternidade, oração e trabalho, com base no Evangelho de Jesus interpretado à luz da Doutrina Espírita.

O Centro deve ser a casa da grande família, onde as crianças, os jovens, os adultos e os mais idosos tenham a oportunidade de conviver, estudar e trabalhar. Os Centros mais estáveis são aqueles em que a família inteira 
parti­cipa, em que as atividades dos adultos, dos jovens e das crianças são integradas. Esses Centros formam assim a grande família, que é a reunião das famílias que neles trabalham.


Como escola da alma que deve ser, onde a oração está presente no processo, cabe ao Centro Espírita promover a educação integral do ho­mem, o estudo sistematizado da Doutrina Espírita e do Evangelho, a evangelização da criança à luz da Doutrina Espírita, a integração do jovem nas tarefas da Casa, o estudo da mediunidade, o atendimento
fra­terno às pessoas que procuram o Centro e a implantação do culto do Evangelho no lar.


O Centro tem por fim o homem espiritual, antes do homem físico, preparando-o para ser um homem de bem no meio social em que atue. O estudo sistematizado é excelente instrumento de formação de recursos humanos necessários à Casa. O estudo da mediunidade visa oferecer orientação segura para as atividades mediúnicas. O diálogo com as pes­soas, o contato direto com os participantes do Centro, para sabermos o que eles desejam fazer, é uma atividade indis­pensável.


O Centro Espírita é também um posto de socorro material e espiri­tual. Seu trabalho no campo assistencial tem por base o lema: "Fora da caridade não há salvação". Nesse sentido, cabe à Casa espírita promo­ver o serviço de assistên­cia social espírita, assegurando suas carac­terísticas beneficentes, preventivas e promocionais, conjugando a ajuda material e a espiritual e fazendo com que este serviço se desen­volva concomitantemente com o atendimento às necessi­dades de evangeli­zação.


Se o Espiritismo é combatido pelas diferentes religiões cristãs no que diz respeito à Doutrina, é tolerado, res­peitado e até ajudado no campo da assistência social, onde desenvolve um trabalho importante. Temos de compreender, contudo, que a caridade, tal como conceituada no item 886 d' O Livro dos Espíritos -- benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições dos outros, perdão das ofensas -- constitui algo que transcende a esmola e o mero assistencialismo. Na tarefa espírita, devemos ter em conta que a meta é a evangelização da pessoa; as demais atividades são meios.


Ao promover o serviço de assistência social espírita, o Centro incorpora-se à vida da comunidade, coopera com o poder público e concorre para amenizar e minimizar os problemas sociais e o sofrimento dos menos afortunados. É mais espiritual que material essa assistência, porque visa ensinar o indivíduo a pescar e não apenas dar-lhe o peixe. O espírita não é melhor que os outros: o espírita é apenas diferente no enfoque dos problemas humanos, pois o verda­deiro espírita quer servir, não servir-se, e sabe  que os indivíduos maus estão exercendo seu livre arbítrio contra os outros, agravando o seu futuro, enquanto  os bons exercem seu livre arbítrio a favor dos outros.
 Do: Seminário " O Centro Espírita e suas Dimensões Espirituais" - Coordenador: Astolfo Olegário de  Oliveira Filho

Educai a criança

Um coração de criança
É uma urna de amor, de inocência e esperança.
É um jasmim em botão de imácula pureza
Perfumando o jardim do Amor e da Beleza.
É uma flor aromal.
Uma ave pequenina,
Que nos recorda a luz puríssima, inicial
Da morada divina!
Mas a alma infantil, como leiva de terra.
Guarda, cria e produz aquilo que ela encerra!
Coração original, terra pura e inocente
Que desenvolve em si a boa e má semente.
Se lhe deres o Amor que salva e regenera,
A esperança no Céu que se resigna e espera,
Os exemplos do Bem que esclarece e ilumina,
Os archotes da Fé que sonha e raciocina.
A lição do Evangelho em atos de bondade,
Os perfumes liriais da flor da Caridade.
A Verdade, a Luz e o Amor - a trilogia
Que compõe no Universo os hinos da Harmonia
Vê-la-eis produzir dessas espigas d'ouro
De um dos trigais de abril imensamente louro.
Se lhe derdes, porém, as sementes do vício
Tereis o pantanal, a chaga, o meretrício,
A ferida social que sangra, que supura,
Os venenos letais da Dor e da Amargura!
Em vez do sol que aclara uma vida sublime,
Vereis a lava hostil que favorece o crime.
Educai, educai o coração da infância,
Roubai-o da torpeza do mal e da ignorância.
Plantai no coração dos pobres pequeninos
As árvores do Bem cheias de dons divinos...
Elevai-os na Terra aos píncaros da Luz,
Com os exemplos de Amor da vida de Jesus!
O coração da criança
É um sacrário de amor, de inocência e esperança.
Ponde nesse sacrário a hóstia que transude
A chama da Verdade e a chama da Virtude
E tereis praticado o ensino do Senhor
Que fará deste mundo um roseiral de Amor!
Guerra Junqueiro
(Poema psicografado em 14 de julho de 1933 por Chico Xavier
em Pedro Leopoldo e dedicado a Júlio Leitão)

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Perda de Pessoas Amadas e Mortes Prematuras

SANSÃO
Antigo membro da Sociedade  Espírita de Paris, 1863
 
            21
 – Quando a morte vem ceifar em vossas famílias, levando sem consideração os jovens em lugar dos velhos, dizeis freqüentemente: “Deus não é justo, pois sacrifica o que está forte e com o futuro pela frente, para conservar os que já viveram longos anos, carregados de decepções: leva os que são úteis e deixa os que não servem para nada mais; fere um coração de mãe, privando-o da inocente criatura que era toda a sua alegria”.
            Criaturas humanas, são nisto que tendes necessidades de vos elevar, para compreender que o bem está muitas vezes onde pensais ver a cega fatalidade. Por que medir a justiça divina pela medida da vossa? Podeis pensar que o Senhor dos Mundos queira, por um simples capricho, infligir-vos penas cruéis? Nada se faz sem uma finalidade inteligente, e tudo o que acontece tem a sua razão de ser. Se perscrutásseis melhor todas as dores que vos atingem, sempre encontraria nela a razão divina, razão regeneradora, e vossos miseráveis interesses representariam umas considerações secundárias, que relegaríeis ao último plano.
            Acreditai no que vos digo: a morte é preferível, mesmo numa encarnação de vinte anos, a esses desregramentos vergonhosos que desolam as famílias respeitáveis, ferem um coração de mãe, e fazem branquear antes do tempo os cabelos dos pais. A morte prematura é quase sempre um grande benefício, que Deus concede ao que se vai, sendo assim preservado das misérias da vida, ou das seduções que poderiam arrastá-lo à perdição. Aquele que morre na flor da idade não é uma vítima da fatalidade, pois Deus julga que não lhe será útil permanecer maior tempo na Terra.
            É uma terrível desgraça, dizeis, que uma vida tão cheia de esperanças seja cortada tão cedo! Mas de que esperanças querem falar? Das esperanças da Terra onde aquele que se foi poderia brilhar, fazer sua carreira e sua fortuna? Sempre essa visão estreita, que não consegue elevar-se acima da matéria! Sabeis qual teria sido a sorte dessa vida tão cheia de esperanças, segundo entendeis? Quem vos diz que ela não poderia estar carregada de amarguras? Considerais como nada as esperanças da vida futura, preferindo as da vida efêmera que arrastais pela Terra? Pensais, então, que mais vale um lugar entre os homens que entre os Espíritos bem-aventurados?
            Regozijai-vos em vez de chorar, quando apraz a Deus retirar um de seus filhos deste vale de misérias. Não é egoísmo desejar que ele fique, para sofrer convosco? Ah! essa dor se concebe entre os que não tem fé, e que vêem na morte a separação eterna. Mas vós, espíritas, sabeis que a alma vive melhor quando livre de seu invólucro corporal. Mães, vós sabeis que vossos filhos bem-aventurados estão perto de vós; sim, eles estão bem perto: seus corpos fluídicos vos envolvem, seus pensamentos vos protegem, vossa lembrança os inebria de contentamento; mas também as vossas dores sem razão os afligem, porque revela uma falta de fé e constituem uma revolta contra a vontade de Deus.
            Vós que compreendeis a vida espiritual, escutai as pulsações de vosso coração, chamando esses entes queridos. E se pedirdes a Deus para os abençoar, sentireis em vós mesmas a consolação poderosa que faz secarem as lágrimas, e essas aspirações sedutoras, que vos mostram o futuro prometido pelo soberano Senhor.
Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. IV

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Dia de Finados na Visão Espírita

O culto aos mortos, precisamente àqueles que se encontravam no purgatório, à espera do dia do julgamento final, foi estabelecido inicialmente por Odilon, Abade de Cluny, da Ordem dos Beneditinos, no final do século X e, em seguida decretado pela Igreja de Roma com o nome de Finados, a ser comemorado no dia 2 de novembro de cada ano, logo após o dia de Todos os Santos.
É, portanto, um convencionalismo que, em princípio, não foi determinado que ocorresse nos cemitérios. Só com o tempo é que a prática adquiriu sofisticação e se fez acompanhar com velas e lágrimas, no local das catacumbas e dos mausoléus.
Também não possui o culto dos mortos nenhum amparo escriturístico, embora ele se tenha verificado de maneiras diversificadas no seio de todos os povos das eras mais remotas.
Um dos exemplos curiosos de manifestação do homem diante da morte é mencionado por Heródoto, o pai da História, conforme referência de Almerindo Martins de Castro, em REFORMADOR de novembro de 1950, no artigo intitulado “O Dois de Novembro”. Informa Heródoto que na antiga Trácia o falecimento de um ente querido era saudado jubilosamente, em face da significação da morte como uma libertação venturosa; enquanto isso, o nascimento de uma criança era recebido com lágrimas de tristeza, tendo em vista as possíveis provações a que deveria estar destinado o recém-nascido. O Espiritismo, que é o Consolador prometido por Jesus (Evangelho de João, Capítulos XIV, XV e XVI), não sugere o chamado culto a Finados, mas elucida que a morte não existe, porquanto o túmulo constitui apenas uma forma de dar-se sepultamento ao corpo de carne depois que o Espírito o abandona.
Assim, verdadeiramente inspirado esteve o apóstolo Paulo quando, dirigindo-se aos companheiros de Corinto, esclarecia-lhes que o último inimigo a ser vencido seria a morte. Isto é, quando os homens estivessem em condição de compreender o verdadeiro sentido da vida, deixariam de ver na morte uma inimiga, uma vez que não existe morte. O que se habituou o homem a chamar morte nada mais é do que o afastamento do Espírito do corpo carnal.
Temos a convicção de que virá o dia (e não está longe!) em que o dois de novembro será comemorado nos templos religiosos e com elucidações evangélicas. Pois a função dos cemitérios é muito mais digna e muito mais consentânea com sociedades mais esclarecidas e religiosamente bem formadas.
Há duas razões para assim pensarmos. Em primeiro lugar, já o dissemos, não há morte, há vida. E esta não é do corpo mas do Espírito. E, em segundo lugar, não é nos cemitérios que os Espíritos devem ser procurados para recebimento das preces que, em seu favor, devem ser proferidas. Os cemitérios são os laboratórios de transformação das vestes carnais das almas que as abandonaram.
Os cemitérios devem ser visitados, sim, como um ambiente de respeito se ali vamos em acompanhamento ao corpo de alguém que deve ser sepultado ou se os procuramos com o objetivo sincero de meditação sobre a grandeza e sabedoria de nosso Criador e Pai.
Aproveitemos a oportunidade para elucidar aos que nos lerem, mormente se esta Revista vier a cair em mãos não-espíritas, que a chamada morte só atinge aquele que se deixou perder nos caminhos do materialismo comportamental dos vícios e das paixões e que, assim, esqueceu de Deus, o Pai que nos criou a todos não para a morte mas para a vida eterna. Há efetivamente os indiferentes ao verdadeiro sentido da vida, que nunca tem tempo para pensar no bem, realizar uma ação nobre de amor e caridade e edificar-se espiritualmente. Esses se colocam na posição de mortos-vivos, porque espiritualmente nulos.
Respeitar o sentimento e a fé dos que se fazem reter nos cemitérios em pranto e oração pelos seus “mortos” é um dever a que temos de submeter-nos por compreensão, mas em hipótese alguma devemos deixar perder-se a oportunidade (quando realmente oportuna) de esclarecer, elucidar e consolar aqueles que sofrem convencidos de que seus entes mais queridos realmente morreram, afirmando-lhes carinhosa e fraternalmente que a morte do corpo não é a morte do Espírito, e que, ao contrário, inanimado o corpo, o Espírito, agora, está mais vivo do que nunca.
 

Fonte: Reformador nº1976 – Nov/1993

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Autodescobrimento

Muito antes da valiosa contribuição dos psiquiatras e psicólogos humanistas e transpessoais, quais Jubler Ross, Grof, Raymond Moody Júnior, Maslow, Tart, Viktor Frankl, Coleman e outros, que colocaram a alma como base dos fenômenos humanos, a psicologia espírita demonstrou que, sem uma visão espiritual da existência física, a própria vida permaneceria sem sentido ou significado.

O reducionismo, em psicologia, torna o ser humano um amontoado de células sob o comando do sistema nervoso central, vitimado pelos fatores da hereditariedade e pelos caprichos aberrantes do acaso.

A saúde e a doença, a felicidade e a desdita, a genialidade e as patologias mentais, limitadoras e cruéis, não passam de ocorrências estúpidas da eventualidade genética.

Assim considerado, o ser humano começaria na concepção e anular-se-ia na morte, um período muito breve para o trabalho que a Natureza aplicou mais de dois bilhões de anos, aglutinando e aprimorando moléculas, que se transformaram em um código biológico fatalista...

Por outro lado, a engenharia genética atual, aliando-se à biologia molecular, começa a detectar a energia como fator causal parea a construção do indivíduo, que passa a ser herdeiro de si mesmo, nos avançados processos das experiências da evolução.

Os conceitos materialistas, desse modo, aferrados ao mecanismo fatalista, cedem lugar a uma concepção espiritualista para a criatura humana, libertando-a das paixões animais e dos atavismos que ainda lhe são predominantes.
Inegavelmente, Freud e Jung ensejaram uma visão mais profunda do ser humano com a descoberta e estudo do inconsciente, assim como dos arquéticos, respectivamente, constatando a realidade do Espírito, como explicação para os comportamentos variados dos diferentes indivíduos que, procedentes da mesma árvore genética, apresentam-se fisiológica e psicologicamente opostos, bem e mal dotados, com equipamentos de saúde e de desconserto.

Não nos atrevemos a negar os fatores hereditários, sociais e familiares na formação da personalidade da criança. No entanto, adimos que eles decorrem de necessidades da evolução, que impõem a reencarnação no lugar adequado, entre aqueles que propiciam os recursos compatíveis para o trabalho de auto-iluminação, de crescimento interior.

O lar exerce, sem qualquer dúvida, como ocorre com o ambiente social, significativa influência no ser, cujos ônus serão o equilíbrio ou a desordem moral, a harmonia física ou psíquica correspondente ao estágio evolutivo no qual se encontra.

A necessidade, portanto, do auto descobrimento, em uma panorâmica racional torna-se inadiável, a fim de favorecer a recuperação, quando em estado de desarmonia, ou o crescimento, se portador de valores intrínsecos latentes. Enquanto não se conscientize das próprias possibilidades, o indivíduo aturde-se em conflitos de natureza destrutiva, ou foge espetacularmente para estados depressivos, mergulhando em psicoses de vária ordem, que o dominam e inviabilizam a sua evolução, pelo menos momentaneamente.

A experiência do auto descobrimento faculta-lhe identificar os limites e as dependências, as aspirações verdadeiras e as falsas, os embustes do ego e as imposturas da ilusão.

Remanescem-lhe no comportamento, como herança dos patamares já vencidos pela evolução, a dualidade do negativismo e do positivismo diante das decisões a tomar.

Não identificado com os propósitos da finalidade superior da Vida, quando convidado à libertação dos vícios e paixões perturbadores, das aflições e tendências destrutivas, essa dualidade do negativo e do positivo desenha-se-lhe no pensamento, dificultando-lhe a decisão.

É comum, então, o assalto mental pela dúvida: Isto ou aquilo? A definição faz-se com insegurança e o investimento para a execução do propósito novo diminui ou desaparece face às contínuas incertezas.

Fazem-se imprescindíveis alguns requisitos para que seja logrado o auto descobrimento com a finalidade de bem-estar e de logros plenos, a saber: insatisfação pelo que se é, ou se possui, ou como se encontra; desejo sincero de mudança; persistência no tentame; disposição para aceitar-se e vencer-se; capacidade para crescer emocionalmente.

Porque se desconhece, vitimado por heranças ancestrais - de outras reencarnações -, de castrações domésticas, de fobias que prevalecem da infância, pela falta de amadurecimento psicológico e outros, o indivíduo permanece fragilizado, suscetível aos estímulos negativos, por falta de auto-estima, do auto-respeito, dominado pelos complexos de inferioridade e pela timidez, refugiando-se na insegurança e padecendo aflições perfeitamente superáveis, que lhe cumpre ultrapassar mediante cuidadoso programa de discernimento dos objetivos da vida e pelo empenho em vivenciá-lo.

Inadvertidamente ou por comodidade, a maioria das pessoas aceita e submete-se ao que poderia mudar a benefício próprio, auto punindo-se, e acreditando merecer o sofrimento e a infelicidade com que se vê a braços, quando o propósito da Divindade para com as suas criaturas é a plenitude, é a perfeição.

Dominado pela conduta infantil dos prêmios e dos castigos, o indivíduo não amadurece o eu profundo, continuando sob o jugo dos caprichos do ego, confundindo resignação com indiferença pela própria realização da ocorrência - dor sem revolta, porém atuando para erradicá-la.

Liberando-se das imagens errôneas a respeito da vida, o ser deve assumir a realidade do processo da evolução e vencer-se, superando os fatores de perturbação e de destruição.

Ao apresentarmos o nosso livro aos interessados na decifração de si mesmos, tentamos colocar pontes entre os mecanismos das psicologias humanista e transpessoal com a Doutrina Espírita, que as ilumina e completa, assim cooperando de alguma forma com aqueles que se empenham na busca interior, no auto descobrimento.

Não nos facultamos a ilusão de considerar o nosso trabalho mais do que um simples ensaio sobre o assunto, com um elenco amplo de temas coligidos no pensamento dos eméritos da alma e com a nossa contribuição pessoal.

Uma fagulha pode atear um incêndio.

Um fascículo de luz abre brecha na treva.

Uma gota de bálsamo suaviza a aflição.

Uma palavra sábia guia uma vida.

Um gesto de amor inspira esperança e doa paz.

Esta é uma pequena contribuição que dirigimos aos que sinceramente se buscam, tendo Jesus como Modelo e Terapeuta Superior para os problemas do corpo, da mente e do espírito.

Rogando escusas pela sua singeleza, permanecemos confiantes nos resultados felizes daqueles que tentarem o auto descobrimento, avançando em paz.


Autor: Joanna de Ângelis (espírito) 
Livro: Autodescobrimento: uma busca interior. Psicografia do médium Divaldo Franco

sábado, 5 de outubro de 2013

Eficácia da prece

     Seja o que peçais na prece, crede que obtereis e concedido vos será o o que pedirdes ( Marcos Cap. XI, v.24.)
     Há quem conteste a eficácia da prece, com fundamento no princípio de que, conhecendo Deus as nossas necessidades, inúteis se tornam expor-lhas. E acrescentam os que assim pensam que, achando-se tudo no Universo encadeado por leis eternas, não podem as nossas súplicas mudar os decretos de Deus.
     Sem dúvida alguma, há leis naturais e imutáveis que não podem ser ab-rogadas ao capricho de cada um; mas, daí a crer-se que todas as circunstâncias da vida estão submetidas à fatalidade vai uma grande distância. Se assim fosse, nada mais seria o homem do instrumento passivo, sem livre-arbítrio e sem iniciativa, Nessa hipótese, só lhe caberia curvar a cabeça ao jugo dos acontecimentos, sem cogitar de evitá-los; não devera ter procurado desviar o raio. Deus não lhe outorgou a razão e a inteligência para que ele as deixasse sem serventia; a vontade para não querer; a atividade, para ficar inativo. Sendo livre o homem de agir num sentido ou noutro, seus atos lhe acarretam, e aos demais, conseqüências subordinadas ao que lê faz ou não. Há, pois, devidos á sua iniciativa, sucessos que forçosamente escapam à fatalidade e que não quebram a harmonia das leis universais, do mesmo modo o avanço ou o atraso do ponteiro de um relógio não anula a lei do movimento sobre o qual se funda o mecanismo. Possível é, portanto, que Deus aceda a certos pedidos, sem perturbar a imutabilidade das leis que regem o conjunto, subordinada sempre essa anuência à sua vontade.
     O Espiritismo torna compreensível a ação da prece, explicando o modo de transmissão do pensamento, quer no caso em que o ser  a quem  oramos acuda o nosso apelo, quer no em que apenas chegue o nosso pensamento. Para apreendermos o que ocorre em tal circunstância, precisar conceber mergulhados no fluido universal, que ocupa o espaço, todos os seres encarnados ou desencarnados, tal qual nos achamos, neste mundo, dentro da atmosfera. Esse fluido recebe da vontade uma impulsão; ele é o veículo do pensamento, como o ar é circunscritas, ao passo que as do fluido universal se estendem ao infinito. Dirigido, pois, o pensamento para um ser qualquer, na Terra ou no espaço, de encarnado para desencarnado ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece entre um e outro, transmitindo de um ao outro o pensamento, como o ar transmite o som. A energia da corrente guarda proporção com a do pensamento e da vontade. É assim, que os Espíritos se comunicam entre, que nos transmitem suas inspirações, que relações se estabelecem a distância entre encarnados. Pela prece, obtém o  homem o concurso dos bons espíritos que acorrem a sustenta-lo em suas boas resoluções e a inspirar-lhe idéias sãs. Ele adquire, desse modo, a força moral necessária a vencer as dificuldades e a volver ao caminho reto se deste se afastou. Por esse meio, pode também desviar de si os males que atrairia pelas suas próprias faltas. FELICIDADE, QUE A PRECE PROPORCIONA-Vinde vós que desejais crer. Os Espíritos celestes acorrem a vos anunciar grandes coisas. Deus, meus filhos, abre os seus tesouros, para vos outorgar seus benefícios.Homens incrédulos! Se soubésseis quão grandes bem faz a fé ao coração e como induz a alma ao arrependimento e à prece! Ah!...Como são tocantes as palavras que saem da boca daquele que ora! Aprece é o orvalho divino que aplaca o calor excessivo das paixões. Filha primogênita da fé, ela nos encaminha para a senda que conduz a Deus. No recolhimento e na solidão, estais com Deus. No recolhimento e na solidão a senda que conduz a Deus. No recolhimento e na solidão, estais com Deus. Para vós, já não há mistérios: eles se vos desvendam. Apóstolos do pensamento é para vós a vida: Vossa alma se desprende da matéria e rola por esses mundos infinitos e etéreos, que os pobres humanos desconhecem... (Santo Agostinho, Paris, 1861).