domingo, 27 de abril de 2014

As dimensões do homem e a depressão

O Ser Humano Como Unidade Bio-psico-sócio-espiritual
Queremos propor ver o homem em algumas dimensões que o tornam único e diferente dos outros seres. Enfocaremos o homem nas usas dimensões biológica, psicológica, social e espiritual.

A dimensão biológica refere-se aos aspectos físicos do corpo: anatomia, a fisiologia, os sistemas muscular, digestivo, ósseo, hormonal, respiratório, as funções e disfunções dos diversos órgãos etc.

A dimensão psicológica refere-se aos aspectos ligados à personalidade do ser humano, manifestada no comportamento motivado por instâncias conscientes e inconscientes. Incluem-se nesta dimensão o pensamento, a memória, os raciocínios o contato e a expressão de sentimentos, emoções, desejos, vontades, necessidades de segurança, de auto-estima, de realização.

A dimensão social diz respeito aos aspectos ligados à vida em grupo, enfocando os fatores econômicos, políticos, ideológicos e culturais. Esta dimensão inclui, necessariamente, a interação e, consequentemente, todos os fenômenos que acontecem na interação entre pessoas e grupos. As necessidades de associação, de uma vida social estão aqui incluídas.

 A dimensão espiritual é uma dimensão que ultrapassa a matéria tal como a conhecemos. É uma noção interna da forma de vida.
Uma vez entendido que o homem existe nessas dimensões, isso quer dizer que suas necessidades, sua satisfação e seu funcionamento estão dentro dessas dimensões. Elas não existem isoladas. Essas dimensões estão interligadas e funcionam como vasos comunicantes. As emoções têm uma ligação direta com o aspecto físico. As descargas de adrenalina na corrente sanguínea são uma mostra de que o psicológico tem repercussão no biológico. As tensões causadas pelo social, pelo econômico também têm influência nos aspectos biológicos e psicológicos.
A saúde vai, então, permear todas esses dimensões. É o  equilíbrio dinâmico entre esses aspectos, que guiará a saúde do ser humano.

DEPRESSÃO
·         CONCEITO: Do ponto de vista clínico, a depressão pode ser conceituada como uma alteração do estado de humor, uma tristeza intensa, um abatimento profundo, com desinteresse pelas coisas. Tudo perde a graça, o mundo fica cinza, viver torna-se tarefa difícil, pesada, com idéias fixas e pessimistas.
·         Poderíamos considerá-la como uma emoção ESTAGNADA. As emoções naturais devem ser passageiras, circularem normalmente, sem desequilibrar o ser. A tristeza por exemplo, é uma emoção natural, que nos leva a entrar em contato conosco, à introspecção e à reflexão sobre nossas atitudes. Agora, uma vez estagnada, prolongada, nos leva a depressão.
·         Estima-se que a depressão incida em cerca de 14% da população, ou seja, temos no Brasil cerca de 2 milhões de deprimidos.

·         CAUSAS: A depressão tem muitas causas, não existindo uma em especial.
1 - Causas por fatores externos, geralmente perdas ou frustrações, tais como separação, perda de um ente querido, etc.
2 - Doenças Orgânicas: Acidente vascular cerebral ("derrame"), tumor cerebral, doenças da tireóide etc.
3- Por deficiência de neurotransmissores ( serotonina e noradrenalina ). Quando estes dois neurotransmissores existem em quantidades normais, nas ligações dos neurônios, não é sentido qualquer tipo de sintoma de depressão, seja ele físico ou emocional. Porém, uma pessoa deprimida não tem a quantidade suficiente de noradrenalina e serotonina nas ligações entre os neurônios. 
4 - Outro fator que está determinando esta incidência alarmante de depressão nos nossos dias é o isolamento, a insegurança e o medo que estão acometendo as pessoas na sociedade contemporânea.
5 - Absorvido pelos valores imperantes como o consumismo, a busca do prazer imediato, a competitividade, a necessidade de não perder, de ser o melhor, de não falhar, o homem está de afastando de si e de sua natureza. Adota então uma máscara(persona), que utiliza para representar um "papel" na sociedade. E, nesta vivência neurotizante, ele deixa de desenvolver sua potencialidades, não se abre, nem expõe suas emoções, pois estas demonstram que de fato ele é.
Embora todas as possibilidades acima sejam verdadeiras como desencadeadoras, não explicam porque alguns indivíduos, sofrendo as mesmas contingências, não desenvolvem um quadro depressivo.
A causa da depressão vige na alma e não somente no corpo físico.
A depressão é uma doença da alma.
O centro de força mais afetado é o gástrico por ser o centro das emoções. A depressão é a tristeza deteriorada. O duplo etérico é gravemente acometido apresentando dificuldades em fazer circular as energias necessárias à vida. A aura é acizentada demonstrando uma existência sem vida.
·         André Luiz cita nas suas obras que os estados da mente transmite seus estados felizes ou infelizes a todas as células do nosso organismo.
·         Segundo Emmanuel, a depressão interfere na mitose (divisão) celular, contribuindo para o aparecimento do câncer e de outras doenças imunológicas, sobretudo a deficiência imunitária facilitando às infecções. Na depressão existe uma perda de energia vital no organismo, num processo de desvitalização.

TRATAMENTO: 

O tratamento deverá ser abrangente, holístico. Para efeito didático, diremos: médico, psicológico e principalmente espiritual.
O tratamento médico é imprescindível na fase crítica. O uso dos antidepressivos estabelece a harmonia químico cerebral , melhorando o humor do paciente . Cuidam simplesmente do efeito , pois os medicamentos não curam a depressão; provavelmente restabelecem o trânsito das mensagens neuronais , melhorando o funcionamento neuroquímico do SNC (sistema nervoso central).
O tratamento psicológico ganha importância pelo fato de auxiliar no auto-conhecimento , nas resoluções de conflitos e tomada de posição diante dos problemas .
O tratamento espiritual é importantíssimo porque o " espírito é o fundamento da vida". Quando não valorizamos o tratamento espiritual , os resultados costumam ser precários , as recidivas constantes , com uma tendência ao envelhecimento precoce.
A porta da alma se abre pelo lado de dentro.
Quem trabalha efetivamente na doutrina espírita e atua num centro bem orientado sabe que é perfeitamente possível libertar-se, em breve tempo, do terrível flagelo que é a depressão.
De acordo com os Evangelhos, Jesus, o divino Mestre, outra coisa não fazia senão redirecionar a sintonia de inúmeros doentes do corpo e da alma para as esferas superiores dos sentimentos, com isso, curou inúmeros "endemoninhados" e "lunáticos".
É dele a máxima preventiva: "Vigiai e orai!"

Preceitos de Saúde
André Luiz/Francisco Cândido Xavier
1- Guarde o coração em paz, à frente de todas as situações e de todas as coisas.Todos os patrimônios da vida pertencem a Deus.
2- Apoie-se no dever rigorosamente cumprido. Não há equilíbrio físico sem harmonia espiritual.
3- Cultive o hábito da oração. A prece é Luz na defesa do corpo e da alma.
4- Ocupe o seu tempo disponível com o trabalho proveitoso, sem esquecer o descanso imprescindível ao justo refazimento. A sugestão                                                                                                                                                                                 das trevas chega até nos pela hora vazia.
5- Estude sempre. A renovação das idéias favorece a sábia renovação das células orgânicas.
6-Evite a cólera. Enraivecer-se é animalizar-se caindo nas sombras de baixo nível.
7-Fuja a maledicência. O lodo agitado atinge a quem o revolve.
8-Sempre que possível, respire a longos haustos e não olvide o banho diário, ainda que ligeiro. O ar puro é precioso alimento e a limpeza é simples obrigação.
9- Coma pouco. A criatura sensata come para viver,enquanto a criatura imprudente vive para comer.
10- Use a paciência e o perdão infatigavelmente. Todos nos temos sido caridosamente tolerados pela Bondade Divina milhões de vezes e conservar o coração no vinagre da intolerância é provocar a própria queda na morte inútil.

(Mensagem Extraída do Livro "Aulas da Vida")
" O homem que não atravessa o inferno de suas paixões também não as supera." C.G.Jung

quinta-feira, 17 de abril de 2014

A eternização de aprimoramentos

Todas as atividades espíritas contêm em sua essência uma característica - a eternização de aprimoramentos, a significar melhorias permanentes nas rotinas de atividades das casas espíritas.
Essa característica de mudanças progressivas advém do fato de que o Espiritismo, sendo o Cristianismo Redivivo, será o que os homens dele fizerem, como afirma Léon Denis.
Os espíritos superiores, a equipe espiritual de trabalho dos CE´s amparam, auxiliam, programam, trabalham. Mas tal ação espiritual não prescinde da iniciativa da equipe encarnada, do interesse pela pesquisa, da adesão à experimentação assistida que se coaduna na comunhão de programações de desencarnados e de encarnados.
Se nós encarnados não respeitamos o fato de que as atividades espíritas sempre poderão ser melhoradas em sua eficiência no servir à renovação das criaturas, muitas das atividades programadas e aquelas que poderão um dia ser programadas, jamais se realizarão.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

O Homem de bem

O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e caridade, na sua maior pureza. Se interroga a sua consciência sobre os próprios atos, pergunta se não violou essa lei, se não cometeu o mal, se fez todo o bem que podia, se não deixou escapar voluntariamente uma ocasião de ser útil, se ninguém tem do que se queixar dele, enfim, se fez aos outros aquilo que queria que os outros fizessem por ele.
            Tem fé em Deus, na sua bondade, na sua justiça e na sua sabedoria; sabe que nada acontece sem a sua permissão, e submete-se em todas as coisas à sua vontade.
            Tem fé no futuro, e por isso coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.
            Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções, são provas ou expiações, e as aceita sem murmurar.
            O homem possuído pelo sentimento de caridade e de amor ao próximo faz o bem pelo bem, sem esperar recompensa, paga o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte e sacrifica sempre o seu interesse à justiça.
            Encontra usa satisfação nos benefícios que distribui, nos serviços que presta, nas venturas que promove, nas lágrimas que faz secar, nas consolações que leva aos aflitos. Seu primeiro impulso é o de pensar nos outros., antes que em si mesmo, de tratar dos interesses dos outros, antes que dos seus. O egoísta, ao contrário, calcula os proveitos e as perdas de cada ação generosa.
            É bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças nem de crenças, porque vê todos os homens como irmãos.
            Respeita nos outros todas as convicções sinceras, e não lança o anátema aos que não pensam como ele.
            Em todas as circunstâncias, a caridade é o seu guia. Considera que aquele que prejudica os outros com palavras maldosas, que fere a suscetibilidade alheia com o seu orgulho e o seu desdém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever do amor ao próximo e não merece a clemência do Senhor.
            Não tem ódio nem rancor, nem desejos de vingança. A exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas, e não se lembra senão dos benefícios. Porque sabe que será perdoado, conforme houver perdoado.
            É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que ele mesmo tem necessidade de indulgência, e se lembra destas palavras do Cristo: “Aquele que está sem pecado atire a primeira pedra”.
            Não se compraz em procurar os defeitos dos outros, nem a pô-los em evidência. Se a necessidade o obriga a isso, procura sempre o bem que pode atenuar o mal.
            Estuda as suas próprias imperfeições, e trabalha sem cessar em combatê-las. Todos os seus esforços tendem a permitir-lhe dizer, amanhã, que traz em si alguma coisa melhor do que na véspera.
            Não tenta fazer valer o seu espírito, nem os seus talentos, às expensas dos outros. Pelo contrário, aproveita todas as ocasiões para fazer ressaltar a vantagens dos outros.
            Não se envaidece em nada com a sua sorte, nem com os seus predicados pessoais, porque sabe que tudo quanto lhe foi dado pode ser retirado.
            Usa mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe tratar-se de um depósito, do qual deverá prestar contas, e que o emprego mais prejudicial para si mesmo, que poderá lhes dar, é pô-los ao serviço da satisfação de suas paixões.
            Se nas relações sociais, alguns homens se encontram na sua dependência, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus. Usa sua autoridade para erguer-lhes a moral, e não para os esmagar com o seu orgulho, e evita tudo quanto poderia tornar mais penosa a sua posição subalterna.
            O subordinado, por sua vez, compreende os deveres da sua posição, e tem o escrúpulo de procurar cumpri-los conscientemente. (Ver cap.XVII, nº 9)
            O homem de bem, enfim, respeita nos seus semelhantes todos os direitos que lhes são assegurados pelas leis da natureza, como desejaria que os seus fossem respeitados.
            Esta não é a relação completa das qualidades que distinguem o homem de bem, mas quem quer que se esforce para possuí-las, estará no caminho que conduz às demais.
Allan Kardec in "O Evangelho Segundo o Espiritismo", capítulo XVII, item 3

terça-feira, 8 de abril de 2014

"Os primeiros seguidores de Jesus amavam-se ternamente como verdadeiros irmãos; entretanto não foi tão-só a preço de doçura que venceram o sarcasmo e a perseguição de que se viram objeto.
O amor entre eles incluía a coragem, a franqueza, o desassombro e a fidelidade por ingredientes necessários ao triunfo sobre as vicissitudes da época, tanto quanto sobre si próprios.    
Sejamos tolerantes no sentido construtivo, respeitando as vítimas de enganos consagrados e preconceitos infelizes, doando a cada uma delas algo de útil que as auxilie na edificação do bem, com vistas à emancipação futura. Mas conservemos atitude límpida pela qual sejamos identificados na condição de espiritas, a serviço do mundo renovado, evitando mimetismo e acomodação."  

(André Luiz, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, livro Estude e Viva)