quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Finados na Visão Espírita

320. Os Espíritos são sensíveis à saudade dos que os amavam na Terra?
       — Muito mais do que podeis julgar. Essa lembrança aumenta-lhes a felicidade, se são felizes, e se são infelizes, serve-lhes de alívio.

321. O dia de comemoração dos mortos tem alguma coisa de mais solene para os Espíritos? Preparam-se eles para visitar os que vão orar sobre os túmulos?
       — Os Espíritos atendem ao chamado do pensamento, nesse dia como nos outros.
       a) Esse é para eles um dia de reunião junto às sepulturas?
       — Reúnem-se em maior número nesse dia, porque maior é o número de pessoas que os chamam. Mas cada um só comparece em atenção aos seus amigos, e não pela multidão dos indiferentes.
       b) Sob que forma comparecem e como seriam vistos, se pudessem tornar-se visíveis?
       — Aquela pela qual eram conhecidos em vida.

322. Os Espíritos esquecidos, cujas tumbas não são visitadas por ninguém, comparecem apesar disso e sentem algum desgosto por não verem nenhum  amigo lembrar-se deles? 
       — Que lhes importa a Terra? Somente pelo coração se prendem a ela . Senão mais o amam, nada mais há que faça o Espírito voltará Terra Ele tem  todo o Universo pela frente.

323. A visita ao túmulo proporciona mais satisfação ao Espírito do que uma prece feita em sua intenção?
       — A visita ao túmulo é uma maneira de se manifestar que se pensa no Espírito ausente: é a exteriorização desse fato. Eu já vos disse que é a prece que santifica o ato de lembrar; pouco importa o lugar, se a lembrança é ditada pelo coração.

324. Os Espíritos das pessoas homenageadas com estátuas ou monumentos assistem às inaugurações e as veem com prazer?
       - Muitos as assistem, quando podem, mas são menos sensíveis às honras que lhes tributam do que às lembranças.

325. De onde pode vir, para certas pessoas, o desejo de serem enterradas  antes num lugar do que noutro? Voltam a ele com mais satisfação, após a morte? E essa importância dada a uma coisa material é sinal de inferioridade do Espírito?
       - Afeição do Espírito por certos lugares: inferioridade moral O que representa um pedaço de terra mais do que outro, para o Espírito elevado ? Não sabe ele que a sua alma se reunirá aos que ama, mesmo que os seus ossos estejam separados?
        a) A reunião dos despojos mortais de todos os membros de uma família deve ser considerada como futilidade?
      - Não. E um costume piedoso e um testemunho de simpatia pelos entes amados. Se essa reunião pouco representa para os Espíritos, é útil para os homens: suas recordações se concentram melhor.

326. A alma que volta à vida espiritual é sensível às honras que tributam aos seus despojos mortais?
      - Quando o Espírito já chegou a um certo grau de perfeição, não tem mais vaidade terrestre e compreende a futilidade de todas as coisas Sabei porem, que frequentemente há Espíritos que, no primeiro momento da morte gozam de grande satisfação com as honras que lhes tributam, ou se desgostam com o abandono a que lançam o seu envoltório, pois conservam ainda alguns preconceitos deste mundo.
327. O Espírito assiste ao seu enterro?
     - Muito frequentemente o assiste. Mas algumas vezes não percebe o  que se passa, se ainda estiver perturbado.
            a) Fica lisonjeado com a concorrência ao seu enterro?
     — Mais ou menos, segundo o sentimento que provoca essa concorrência.

328. O Espírito daquele que acaba de morrer assiste às reuniões de seus herdeiros?
      — Quase sempre. Deus o quer, para sua própria instrução e para castigo dos culpados. É nessa ocasião que vê quanto valiam os protestos que lhe faziam. Todos os sentimentos se tornam patentes, e a decepção que experimenta, vendo a rapacidade dos que dividem o seu espólio, o esclarece quanto aos seus propósitos. Mas a vez deles também chegará.

329. O respeito instintivo do homem pelos mortos, em todos os tempos e entre todos os povos, é um efeito da intuição da existência futura?
      —É a sua consequência natural. Sem ela, esse respeito não teria sentido.


Fonte: O LIVRO DOS ESPÍRITOS, ALLAN KARDEC

sábado, 18 de outubro de 2014

A emocionante história de duas irmãs cegas

Sonia e Anita são irmãs, moradoras da zona rural indiana e nasceram completamente cegas devido à catarata congênita.
Cirurgias desse tipo custam 300 dólares, algo impensável para uma família que ganha apenas 17 centavos de dólar por hora de trabalho. 
Muitas pessoas têm colaborado para que pessoas com esta deficiência recuperável, tenham a possibilidade de ver. 

domingo, 5 de outubro de 2014

Tudo Passa ...

Todas as coisas na Terra passam. 
Os dias de dificuldade passarão... 
Passarão, também, os dias de amargura e solidão. 

As dores e as lágrimas passarão. 
As frustrações que nos fazem chorar... Um dia passarão.

A saudade do ser querido que está longe, passará. 

Os dias de tristeza... 
Dias de felicidade... 
São lições necessárias que, na Terra, passam, deixando no espírito imortal 
as experiências acumuladas. 

Se, hoje, para nós, é um desses dias, 
repleto de amargura, paremos um instante. 
Elevemos o pensamento ao Alto 
e busquemos a voz suave da Mãe amorosa, 
a nos dizer carinhosamente: 'isto também passará' 

E guardemos a certeza pelas próprias dificuldades já superadas que não há mal que dure para sempre, 
semelhante a enorme embarcação que, às vezes, parece que vai soçobrar diante das turbulências de gigantescas ondas. 

Mas isso também passará porque Jesus está no leme dessa Nau 
e segue com o olhar sereno de quem guarda a certeza de que a 
agitação faz parte do roteiro evolutivo da Humanidade 
e que um dia também passará.

Ele sabe que a Terra chegará a porto seguro 
porque essa é a sua destinação. 

Assim, façamos a nossa parte o melhor que pudermos, 
sem esmorecimento e confiemos em Deus, 
aproveitando cada segundo, cada minuto que, por certo, também passará.

Tudo passa... 
exceto Deus. 

Deus é o suficiente! 

Francisco Cândido Xavier

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Lição de Amor


 Chico em determinada ocasião, passou a sair de casa todos os dias à hora do almoço. Somente limitava-se a dizer-me que visitaria um enfermo necessitado de atenção.
Antes de sair. Chico apenas pedia:
- Benedito, faça o favor de preparar um franguinho bem macio, que preciso levar a um doente. Lembre-se de que deve ficar bem tenro, pois ele está muito fraco. Precisa fortalecer-se, pouco a pouco, dia a dia!
 Assim, diariamente, saía Chico levando uma vasilha com o alimento, cuidadosamente preparado por mim. No íntimo, guardava eu grande curiosidade acerca da identidade daquele doente. Mas Chico nada me dizia.
 Após algum tempo, resolvi segui-lo pelas ruas de Uberaba, com o objetivo de conhecer o misterioso enfermo, que lhe merecia tanta atenção e cuidado.
 Atravessamos o bairro, Chico à frente, internou-se num matagal. Fui atrás dele, seguindo- lhe os passos, sem que me visse.
 Para minha surpresa, deparei-me com a cena comovedora: bem no fundo da mata, lá estava Chico atendendo ao enfermo em questão. Que nada mais era que um cãozinho machucado e faminto!"
 Aí fica mais uma encantadora lição de uma grande vida que tem sido a execução do verdadeiro mandato de amor.

Do Livro: Chico Xavier - Fonte de Luz e Bênçãos
Autores: Urbano T. Vieira e Dirceu Abdala

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

KARDEC, OBRIGADO


Kardec, enquanto recebes as homenagens do mundo, pedimos vênia para associar nosso preito singelo de amor aos cânticos de reconhecimento que te exaltam a obra gigantesca nos domínios da libertação espiritual
Não nos referimos aqui ao professor emérito que foste, mas ao discípulo de Jesus que possibilitou o levantamento das bases do Espiritismo Cristão, cuja estrutura desafia a passagem do tempo.
Falem outros dos títulos de cultura que te exornavam a personalidade, do prestígio que desfrutavas na esfera da inteligência, do brilho de tua presença nos fastos sociais, da glória que te ilustrava o nome, de vez que todas as referências à tua dignidade pessoal nunca dirão integralmente o exato valor de teus créditos humanos.
Reportar-nos-emos ao amigo fiel do Cristo e da Humanidade, em agradecimento pela coragem e abnegação com que te esqueceste para entregar ao mundo a mensagem da Espiritualidade Superior.
E, rememorando o clima de inquietações e dificuldades em que, a fim de reacender a luz do Evangelho, superaste injúria e sarcasmo, perseguição e calúnia, desejamos expressar-te o carinho e a gratidão de quantos edificaste para a fé na imortalidade e na sabedoria da vida.
O Senhor te engrandeça por todos aqueles que emancipaste das trevas e te faça bendito pelos que se renovaram perante o destino à força de teu verbo e de teu exemplo!…
Diante de ti, enfileiram-se, agradecidos e reverentes, os que arrebataste à loucura e ao suicídio com o facho da esperança; os que arrancaste ao labirinto da obsessão com o esclarecimento salvador; os pais desditosos que se viram atormentados por filhos insensíveis e delinquentes, e os filhos agoniados que se encontraram na vala da frustração e do abandono pela irresponsabilidade dos pais em desequilíbrio e que foram reajustados por teus ensinamentos, em torno da reencarnação; os que renasceram em dolorosos conflitos da alma e se reconheceram, por isso, esmagados de angústia nas brenhas da provação, e os quais livraste da demência, apontando-lhes as vidas sucessivas; os que se acharam arrasados de pranto, tateando a lousa na procura dos entes queridos que a morte lhes furtou dos braços ansiosos, e aos quais abriste os horizontes da sobrevivência, insuflando-lhes renovação e paz, na contemplação do futuro; os que soergueste do chão pantanoso do tédio e do desalento, conferindo-lhes, de novo, o anseio de trabalhar e a alegria de viver; os que aprenderam contigo o perdão das ofensas e abençoaram, em prece, aqueles mesmos companheiros da Humanidade que lhes apunhalaram o espírito, a golpes de insulto e de ingratidão; os que te ouviram a palavra fraterna e aceitaram com humildade a injúria e a dor por instrumento de redenção; e os que desencarnaram incompreendidos ou acusados sem crime, abraçando-te as páginas consoladoras que molharam com as próprias lágrimas…
Todos nós, os que levantaste do pó da inutilidade ou do fel do desencanto para as bênçãos da vida, estamos também diante de ti!…
E, identificando-nos na condição dos teus mais apagados admiradores e com os últimos dos teus mais pobres amigos, comovidamente, em tua festa, nós te rogamos permissão para dizer: “Kardec, obrigado!… Muito obrigado!”…

Pelo Espírito Irmão X (Humberto de Campos). Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Histórias e Anotações. Lição nº 12. Pág. 78. São Paulo: Ed. CEU. Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em homenagem, ao aniversário de Allan Kardec.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Amélie Gabrielle Boudet

Amélie Gabrielle Boudet, Madame Rivail (Sra. Allan Kardec) nasceu em Thiais, cidade do menor e mais populoso Departamento francês – o Sena, aos 2 do Frimário do ano IV, segundo o Calendário Republicano então vigente na França, e que corresponde a 23 de Novembro de 1795.
Filha de Julien-Louis Boudet, proprietário e antigo tabelião, homem portanto bem colocado na vida, e de Julie-Louise Seigneat de Lacombe, recebeu, na pia batismal o nome de Amélie-Gabrielle Boudet.
A menina Amélie, filha única, aliando desde cedo grande vivacidade e forte interesse pelos  estudos, não foi um problema para os pais, que, a par de fina educação moral, lhe  proporcionaram apurados dotes intelectuais.
Após cursar o colégio primário, estabeleceu-se em Paris com a família, ingressando numa  Escola Normal, de onde saiu diplomada em professora de 1a. classe.
Revela-nos o Dr. Canuto de Abreu que a senhorinha Amélie também foi professora de Letras e Belas Artes, trazendo de encarnações passadas a tendência inata, por assim dizer, para a poesia e o desenho. Culta e inteligente, chegou a dar à luz três obras, assim nomeadas: “Contos Primaveris”, 1825; “Noções de Desenho”, 1826; “O Essencial em Belas Artes”, 1828.
Vivendo em Paris, no mundo das letras e do ensino, quis o Destino que um dia a Srta. Amélie Boudet deparasse com o Professor Hippolyte Denizard Rivail.
De estatura baixa, mas bem proporcionada, de olhos pardos e serenos, gentil e graciosa,  vivaz nos gestos e na palavra, denunciando inteligência admirável, Amélie Boudet, aliando  ainda a todos esses predicados um sorriso terno e bondoso, logo se fez notar pelo  circunspecto Prof. Rivail, em quem reconheceu, de imediato, um homem verdadeiramente  superior, culto, polido e reto.
O nome Denizard Rivail tornou-se conhecido nos meios cultos e além do mais bastante  respeitado. Estava aberto para ele o caminho da riqueza e da glória, no terreno da  Pedagogia. Sobrar-lhe-ia, agora, mais tempo para dedicar-se à esposa, que na sua humildade e elevação de espírito jamais reclamara coisa alguma.
A ambos, porém, estava reservada uma missão, grandiosa pela sua importância universal, mas plena de exaustivos trabalhos e dolorosos espinhos.
O primeiro toque de chamada verificou-se em 1854, quando o Prof. Rivail foi atraído para os curiosos fenômenos das “mesas girantes”, então em voga no Mundo todo. Outros convites do Além se seguiram, e vemos, em meados de 1855, na casa da Família Baudin, o Prof. Rivail  iniciar os seus primeiros estudos sérios sobre os citados fenômenos, entrevendo, ali, a  chave do problema que durante milênios viveu na obscuridade.
Acompanhando o esposo nessas investigações, era de se ver a alegria emotiva com que ela tomava conhecimento dos fatos que descerravam para a Humanidade novos horizontes de  felicidade. Após observações e experiências inúmeras, o professor Rivail pôs mãos à  maravilhosa obra da Codificação, e é ainda de sua cara consorte, então com 60 anos, que ele recebe todo o apoio moral nesse cometimento. Tornou-se ela verdadeira secretária do esposo, secundando-o nos novos e bem mais árduos trabalhos que agora lhe tomavam todo o tempo, estimulando-o, incentivando-o no cumprimento de sua missão.
Allan Kardec foi alvo do ódio, da injúria, da calúnia, da inveja, do ciúme e do despeito de  inimigos gratuitos, que a todo custo queriam conservar a luz sob o alqueire.
Intrigas, traições, insultos, ingratidões, tudo de mal cercou o ilustre reformador, mas em  todos os momentos de provas e dificuldades sempre encontrou, no terno afeto de sua nobre esposa, amparo e consolação, confirmando-se essas palavras de Simalen: “A mulher é a estrela de bonança nos temporais da vida.”
Com vasta correspondência epistolar, proveniente da França e de vários outros países, não fosse a ajuda de sua esposa nesse setor, sem dúvida não sobraria tempo para Allan Kardec se dedicar ao preparo dos livros da Codificação e de sua revista.
Muito ainda fez essa extraordinária mulher a prol do Espiritismo e de todos quantos lhe pediam um conselho ou uma palavra de consolo, até que em 21 de Janeiro de 1883, às 5 horas da madrugada, docemente, com rara lucidez de espírito, com aquele mesmo gracioso e meigo sorriso que sempre lhe brincava nos lábios, desatou-se dos últimos laços que a prendiam à matéria.
A querida velhinha tinha então 87 anos, e nessa idade, contam os que a conheceram, ainda lia sem precisar de óculos e escrevia ao mesmo tempo corretamente e com letra firme.
Aplicando-lhe as expressões de célebre escritor, pode-se dizer, sem nenhum excesso, que  “sua existência inteira foi um poema cheio de coragem, perseverança, caridade e sabedoria”.
Compreensível, pois, era a consternação que atingiu a família espírita em todos os quadrantes do globo. De acordo com o seus próprios desejos, o enterro de Madame Allan Kardec foi simples e espiritamente realizado, saindo o féretro de sua residência, na Avenida e Vila Ségur n. 39, para o Père-Lachaise, a 12 quilômetros de distância.
Grande multidão, composta de pessoas humildes e de destaque, compareceu em 23 de Janeiro às exéquias junto ao dólmen de Kardec, onde os despojos da velhinha foram inumados e onde todos os anos, até à sua desencarnação, ela compareceu às solenidades de 31 de março.
Na coluna que suporta o busto do Codificador foram depois gravados, à esquerda, esses dizeres em letras maiúsculas: AMÈLIE GABRIELLE BOUDET – VEUVE ALLAN KARDEC – 21 NOVEMBRE 1795 – 21 JANVIER 1883. (Texto resumido da biografia constante no site da Federação Espírita do Paraná)