As experiências de vida de Chico Xavier no tocante ao aproveitamento das
horas, nos permitem conhecer uma possibilidade inusitada: podemos multiplicar
nossas ações no bem em até sete vezes na atual encarnação.
Francisco Cândido Xavier aproveitou
tão bem as horas, que cumpriu 7 vezes mais tarefas do que estava previsto para
a atual encarnação, haja vista a atividade de receber mediunicamente livros,
onde Emmanuel lhe avisara do compromisso previamente firmado antes de Chico nascer:
"serão 60 livros a serem recebidos pela mediunidade". Foram necessários 31
anos ininterruptos para que a missão de Chico com os livros fosse completada.
Mas Chico quis mais e a programação espiritual precisou ser reformulada várias
vezes, pois Chico requisitou mais serviço e recebeu outros 360 livros nos
seguintes 40 anos de mediunidade¹.
Leiamos
alguns trechos do livro Mensagens de Inês de Castro², onde o autor, Caio
Ramacciotti anuncia encontro pessoal com Chico Xavier no ano de 1977, quando
obteve do médium o seguinte relato de uma visita espiritual no ano de 1927,
apenas dois dias após Chico ter iniciado suas atividades mediúnicas de psicografia.
Uma senhora lhe surge à visão espiritual, afirmando chamar-se Isabel de Aragão:
“— Francisco, disse Isabel
pausadamente, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, venho solicitar o seu auxílio
em favor dos pobres, nossos irmãos.
A emoção possuía minha alma toda, entretanto
pude perguntar-lhe, embora as lágrimas cobrissem o meu rosto:
= Senhora, quem sois vós?
— Você não se lembra
agora de mim, no entanto sou Isabel de Aragão.
Eu não conhecia senhora alguma que
tivesse esse nome e estranhei o que ela dizia.
= Entretanto, uma força interior me continha,
e calei qualquer comentário em torno de minha ignorância. Mas o diálogo estava
iniciado, e indaguei:
= Senhora, sou pobre e nada tenho a
dar.
Que auxílio poderei prestar aos mais pobres
do que eu mesmo?
Ela disse:
— Você auxiliará a repartir pães com os
necessitados.
Clamei com pesar:
= Senhora, quase sempre não tenho pão para
mim. Como poderei repartir pães com os outros?
A dama sorriu e esclareceu-me:
— Chegará o tempo em que você disporá
de recursos.
= No primeiro sábado que se seguiu às ocorrências
que descrevo, fui com minha irmã Luíza até UMA PONTE MUITO POBRE, ainda hoje
existente e reformada, na cidade de Pedro Leopoldo, Minas, conduzindo um
pequeno cesto de oito pães…
Até deixar-nos em 30 de junho de 2002, Chico
manteve a distribuição semanal de pães a crianças, famílias e idosos carentes de
Pedro Leopoldo e Uberaba, cidades onde desenvolveu seu apostolado.”
E Chico doaria pão, alinhados
ternos, relógios, carros, terrenos e tudo o mais que lhe viesse ter às mãos por
doações espontâneas, e que embora muito constrangidamente, Chico se viu na
obrigação intuitiva de aceitar. Com certeza no capítulo de doação de pães, aproveitando melhor as horas e trabalhando além do próprio dever Chico também multiplicou sua tarefa em sete vezes.
Fontes:
¹Jornal uberabense "A Flama
Espírita", 20 de setembro de 1958, sob o título "Entrevista com
Francisco Cândido Xavier".
² Mensagens de Inês de Castro, por Caio Ramacciotti e psicografia de
Francisco Cândido Xavier, p.168-170