quinta-feira, 5 de março de 2015

As Irmãs Fox ou a Sra. Margaret Fox?

  Quem conversou com o espírito batedor em Hydesville?
  O relato da Sra. Margaret Fox  no dia 11 de abril de 1848 informa que uma de suas filhas fez uma solicitação ao espírito batedor. E que a Sra. Margaret Fox fez vinte perguntas por sua vez.

 Sabemos que as manifestações espirituais estiveram presentes em todas as épocas da humanidade. 
 Allan Kardec em O Livro dos Médiuns, segunda parte, capítulo 3, desenvolve o tema Das manifestações inteligentes:

 Raciocinou-se que, se naquilo havia uma inteligência oculta, forçosamente lhe seria possível responder a perguntas e ela de fato respondeu, por um sim, por um não, dando o número de pancadas que se convencionara para um caso e outro. (LM 68)

  Mas quem teria sido a primeira pessoa a criar a convenção sobre o número de pancadas com o qual o espírito comunicante deveria responder SIM e NÃO? 

 A rede mundial de computadores nos permitiu localizar o livro A report of the Mysterious Noises heard in the house of Mr. John D. Fox, in Hydesville, Arcadia, Wayne County, authenticated by the certificates, and confirmed by the statements of the citizens of that place and vicinity. Published by  E.E.Lewis,  Power Press of Shepard & Reed, Canandaigua, 1848, publicado um mês após o início da ocorrência espiritual na casa da família Fox, no Estado de Nova York, nos Estados Unidos, contendo relatos de muitas testemunhas. Reproduzimos aqui, trechos da declaração da Sra. Margaret Fox, na qual está claro o registro de que ela determina quantos ruídos o espírito deve fazer para responder sim ou não.  
  Sra. Margaret Fox, dona de casa e mãe de família revela-se uma excelente pesquisadora que, ao conversar pela primeira vez com o manifestante que atormentava o seu lar, cria o método que direcionará as primeiras experimentações do Espiritualismo Moderno e influenciarão no surgimento do Espiritismo na França.


 “Depoimento da Sra. Margaret Fox, de Hydesville.

 Há quinze dias atrás ouvimos os barulhos pela primeira vez. Parecia inicialmente tratar-se de alguém batendo no chão de um dos quartos de dormir; às vezes soava como se uma cadeira estivesse sendo arrastada pelo chão, mas era impossível localizar exatamente onde o ruído ocorria. Eu só consegui dormir por volta da meia noite. Mas houve ruídos a noite toda. Na noite de quinta-feira, dia 31 de março de 1848, o ruído voltou da mesma forma e então resolvemos chamar os vizinhos.
  Eu tinha recém me deitado. As minhas filhas que dormiam na outra cama, ao ouvirem o ruído, tentaram fazer um som parecido estalando os dedos. 
  A minha filha mais nova de 12 anos começou a fazer barulhos  com as mãos e no mesmo instante que ela fazia um som, fosse estalando os dedos, ou batendo palmas, acontecia uma repetição do som no quarto. 
 Minha outra filha de 15 anos resolveu experimentar batendo palmas, e por brincadeira disse:

       - agora faça como eu faço - bata um, dois, três, quatro!



Então eu mesma falei para o ruído:
    * conte até dez! e ele fez dez sons.
* Aí perguntei a idade dos meus filhos, um de cada vez, e ele deu o número de
     batidas que correspondiam exatamente a cada uma das idades deles.
* Então perguntei se era um ser humano que fazia aqueles barulhos? e se fosse, que
     fizesse um ruído, mas não ouvimos nenhum som.
* Então perguntei se era um espírito? e se fosse, que desse duas batidas.  Assim
      que terminei de falar ouvimos duas pancadas.
* Então eu perguntei se era um espírito assassinado? que respondesse com um
      som, e ouvi uma pancada bem nítida.
* Perguntei se tinha sido morto nesta casa? e ele confirmou com um ruído.
* Se a pessoa que o matou ainda vivia? e ele confirmou que sim.

 Usando esse método eu descobri:
* que os restos mortais dele foram enterrados embaixo da casa,
* e ele também me disse a idade dele - quando eu perguntei quantos anos ele tinha? ele bateu 31 vezes;
* que ele era um homem;
* que ele tinha deixado uma família de cinco filhos,
* que ele tinha dois filhos
* e três filhas,
* todos vivos.
* Eu perguntei se ele deixou uma esposa? e ele bateu afirmativamente .
* Se sua esposa era viva? nenhum som;
* se ela estava morta? e soou um ruído;
 * há quanto tempo ela tinha morrido? e ele fez dois ruídos.
 *  Nesse momento eu perguntei, se os sons continuariam caso eu chamasse meus vizinhos para eles também ouvirem? Ele respondeu com um ruído.

  Meu marido saiu e foi chamar a vizinha do lado, a sra. Redfield.  A sra. Refdield veio imediatamente. Já era sete e meia da noite. 
* Então eu fiz algumas perguntas que foram respondidas com ruídos, como antes; e ela se convenceu de que havia alguma coisa real acontecendo. Ele acertou a idade dela.
  Minha vizinha foi chamar o marido e ele veio; e as mesmas perguntas foram feitas de novo, e foram obtidas as mesmas respostas de antes. Um grande número de perguntas foram feitas novamente, e as respostas obtidas não se contradiziam. Outros vizinhos que estavam pescando no riacho quando foram chamados, finalmente vieram e passaram a ouvir os ruídos. Conforme as pessoas iam chegando, as mesmas perguntas iam sendo repetidas muitas vezes e as respostas obtidas eram sempre as mesmas. Alguns deles passaram a noite toda aqui. Eu e toda a minha família saímos de casa, com exceção do meu marido. Eu fui para a casa da Sra. Redfield e passei a noite lá: minhas filhas ficaram com outros vizinhos. Meu marido e o Sr. Redfield ficaram na casa toda aquela noite.
  No dia seguinte, sábado, a casa transbordou de gente. Durante o dia não se ouviu nenhum ruído; mas à noite o barulho começou de novo. As pessoas falaram que chegou a ter umas trezentas testemunhas presentes nesse dia. Foi nomeado um Comitê, e muitas perguntas foram feitas.    





Na foto acima, do ano 2003, a médium norteamericana Celeste Oliver, tataraneta da Sra. Margaret Fox é a primeira à esquerda,  em visita ao Museu de Lily Dale, junto ao exemplar da Bíblia que pertenceu a sua tataravó.

  

2 comentários:

Anônimo disse...

Resposta:
1 - Menos de vinte
2 - Levou muito tempo até apurar todas as respostas às perguntas feitas.

Anônimo disse...

Grato por sua resposta. Contudo, decidi modificar a proposta de quiz, devido à pouca repercussão entre nosso público.