sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

O episódio de Hydesville parte 1

 As ocorrências de comunicações de um espírito no vilarejo de Hydesville, condado de Wayne, Estado de Nova York, contam com declarações assinadas pela  sra. Margaret Smith Fox e pelo sr.John David Fox e muitas outras testemunhas.

Depoimento da Sra. Margaret Fox, esposa de John David Fox - ferreiro.

 Nós alugamos este sítio a partir de 11 de dezembro de 1847, quando mudamos para a vila de Hydesville. Nosso endereço oficial é na cidade de Rochester [a casa da família em Rochester estava passando por uma reforma]. Há quinze dias atrás ouvimos os barulhos pela primeira vez. Parecia inicialmente tratar-se de alguém batendo no chão de um dos quartos de dormir; às vezes soava como se uma cadeira estivesse sendo arrastada pelo chão, mas era impossível localizar exatamente onde o ruído ocorria. Isto aconteceu de noite, logo depois de termos ido para a cama. A família dormia num único quarto e todos ouvimos o ruído. Algumas noites estávamos em quatro pessoas; outras vezes, em cinco. Na primeira noite que ouvimos o ruído, todos levantamos e acendemos uma vela, e começamos a vistoriar a casa. O ruído continuou enquanto estávamos procurando, e surgia sempre perto do mesmo lugar. Não era um ruído muito alto, mas ainda assim causava uma vibração possível de ser sentida colocando-se a mão sobre uma cadeira ou também nos estrados das camas onde estivéssemos deitados. Era um tipo de tremor, bem mais forte do que uma simples vibração. Quando estávamos de pé podíamos sentir perfeitamente esses tremores no chão. Os ruídos continuaram e resolvemos tentar dormir. Eu só consegui dormir por volta da meia noite. Mas houve ruídos a noite toda.
 Na noite de quinta-feira, dia 31 de março, o ruído voltou da mesma forma e então resolvemos chamar os vizinhos. Até aquele momento os ruídos só tinham aparecido de noite, ou pelo menos esse era o horário em que nós os tínhamos percebido. Resolvemos ir para a cama mais cedo, e combinamos que não iríamos nos deixar incomodar pelos sons; se eles ocorressem, nós não nos deixaríamos perturbar, pois todos estávamos precisando de uma noite de sono regular. Meu esposo esteve conosco em todas essas ocasiões, e ele também ouviu os ruídos e ajudou a investigar. Fomos bem cedo pra cama e estava muito escuro. Eu tinha perdido tanto o sono na noite anterior que eu já estava me achando um pouco doente. Meu marido ainda não tinha ido para a cama quando os ruídos voltaram. Eu tinha recém me deitado. Começou do mesmo jeito de sempre. Eu reconhecia aquele som porque era diferente de qualquer outro ruído que eu já tivesse ouvido naquela casa. As minhas filhas que dormiam na outra cama, ao ouvirem o ruído, tentaram fazer um som parecido estalando os dedos. A minha filha mais nova de 12 anos – foi ela que começou a fazer barulhos  com as mãos. No mesmo instante que ela fazia um ruído, fosse estalando os dedos, ou batendo palmas, acontecia uma repetição do ruído no quarto. Era o mesmo tipo de ruído, só que agora ele estava repetindo o número de sons que ela fazia. Quando ela parou de fazer sons, o ruído também ficou em silêncio.
   Minha outra filha de 15 anos resolveu experimentar batendo palmas, e por brincadeira disse:

       - agora faça como eu faço - bata um, dois, três, quatro!

 Os sons que ela produziu foram repetidos por ruídos e tínhamos certeza que o ruído estava respondendo para ela, pois ele repetia exatamente o número de palmas que ela batia. Ela não quis repetir a experiência porque ficou muito assustada.
  Então eu falei para o ruído: conte até dez! e ele fez dez ruídos.
Aí perguntei a idade dos meus filhos, um de cada vez, e ele deu o número de batidas que correspondiam corretamente a cada uma das idades deles. Então perguntei se era um ser humano que fazia aqueles ruídos? e se fosse, que fizesse um ruído, mas não ouvimos nenhum som. Então perguntei se era um espírito? e se fosse, que desse duas batidas.  Assim que terminei de falar ouvidos dois sonsEntão eu perguntei se era um espírito assassinado? que respondesse com um som, e ouvi um ruído bem nítido.
Perguntei se tinha sido morto nesta casa? e ele confirmou com um ruído.
Se a pessoa que o matou ainda vivia? e ele confirmou que sim.  Usando esse método eu descobri que os restos mortais dele foram enterrados embaixo da casa, e ele também me disse a idade dele. Quando eu perguntei quantos anos ele tinha? ele bateu 31 vezes;
que ele era um homem; que ele tinha deixado uma família de cinco filhos, que ele tinha dois filhos e três filhas, todos vivos.
Eu perguntei se ele deixou uma esposa? e ele bateu afirmativamente. Se sua esposa era viva? nenhum som; se ela estava morta? e soou um ruído;  há quanto tempo ela tinha morrido? e ele fez dois ruídos.
 Nesse momento eu perguntei, se os sons continuariam caso eu chamasse meus vizinhos para eles também ouvirem? Ele respondeu com um ruído. Meu marido saiu e foi chamar a vizinha do lado, a sra. Redfield. Ela é uma mulher muito sincera. As meninas permaneceram sentadas na cama e, atemorizadas, estavam abraçando-se uma à outra. Eu estava bem calma, do mesmo jeito que estou agora ao dar este depoimento.
  A sra. Refdield veio imediatamente. Já era sete e meia da noite. Ela veio pensando que iria rir das meninas; mas quando ela chegou, viu que estávamos todos espantados e que tinha alguma coisa acontecendo de verdade. Eu, então, fiz algumas perguntas que foram respondidas com ruídos, como antes; e ela se convenceu de que havia alguma coisa real acontecendo. Ele acertou a idade dela.

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