domingo, 11 de maio de 2014

Aviso, chegada e entendimento


Livro Seara dos Médiuns, Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier

  A intervenção franca do Plano Espiritual, no Plano Físico, pode ser admitida no conceito popular como em­baixada portadora de metas decisivas, a definir-se em três períodos essenciais: aviso, chegada e entendimento.
  De Swedenborg a Andrew Jackson Davis, surpreende­mos a mediunidade ativa, sob as ordens da Esfera Supe­rior, no aviso da renovação necessária.
  E se pequenas disparidades são registradas no verbo dos obreiros em serviço, é justo lembrar que na interpre­tação da realidade, quanto na interpretação da música, a expressão isolada varia, conforme as peculiaridades do instrumento.
  Em 1848, no vilarejo de Hydesville, inicia-se publica­mente a chegada dos comandos da sobrevivência.
  Os emissários desencarnados, quais familiares há muito tempo ausentes da própria casa, alcançam a mora­dia terrestre, batendo freneticamente à porta.
  Na residência dos Fox, não faltam nem mesmo as palmas de quem chega e de quem recepciona, entre a me­nina Kate e o Espírito Charles Rosna, baseando-se em pancadas os rudimentos da linguagem primitiva entre os dois planos.
Desde então, embora as dificuldades morais de mui­tos dos trabalhadores humanos, reencarnados no circulo terrestre, começam a operar diversas comissões mediú­nicas, chamando pacificamente a atenção da Terra.
  Os fenômenos físicos por Daniel Dunglas Home e pelos irmãos Davenport, por Florence Cook e por Eusápia, tanto quanto através de outros medianeiros, falam à aris­tocracia do poder e da inteligência, em palácios e labo­ratórios, agitando os salões de lazer e as preocupações da imprensa.
  Aos ruídos da visitação invisível, misturam-se os ruidos da opinião.
 Ouvem-se batidas surpreendentes aqui e ali, mãos lu­minosas acenam por toda a parte, vozes ressoam entre lábios selados, mensagens rápidas são transmitidas, de maneira direta, e entidades materializam-se ante os ex­perimentadores, tomados de assombro.
  Entretanto, a obra do entendimento é encetada com Allan Kardec, que esclarece a posição da doutrina e do fenômeno, como quem separa o trigo da vestimenta de palha, estabelecendo rumos, criando obrigações e definin­do responsabilidades.
  Mas, como toda edificação espiritual obedece à cro­nologia da mente, ainda hoje encontramos milhares de pessoas na fase do aviso e milhares de outras na fase da chegada, entre a esperança e a convicção.

  Quanto a nós, que nos achamos na fase do entendi­mento, saibamos concretizar os princípios da fraternidade e esparzir o socorro moral, em beneficio das consciências, estendendo a luz ao coração do povo, porqüanto o Plano Espiritual atinge o Plano Físico, em cumprimento das promessas do Cristo, de modo a reunir todas as criaturas na lei do bem e habilitá-las, convenientemente, para a continuidade do serviço de hoje, no grande futuro ou no grande além, ante a Vida Maior.

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