“O poder da fé tem aplicação direta e especial na ação
magnética que rege as moléculas de que são formados os órgãos do nosso corpo”.
“Ao invocar a fé, colocamos em movimento determinadas vibrações e alterações
químicas em nosso cérebro enquanto pensamos. Essas vibrações vão percorrendo os
caminhos dos neurônios, depois, de nosso corpo como um todo. Elas vibram em
cada corrente química de nosso organismo e, à medida que a carga dos impulsos
elétricos do pensamento é enviada, (neste caso, positiva, de vez que a fé é uma
relação de intimidade com o Plano Espiritual) vai alterando a química e consequentemente
nosso sistema imunológico, por isto é que a cura pode se estabelecer. Nesta
hora uma energia maravilhosa desprende-se de nós e, como um imã, une-se ao Fluido
Universal, que por graça de Deus está por toda parte, modificando-lhe
adequadamente as qualidades dando-lhe o impulso irresistível na busca da cura.”
Bem por isso é que Jesus dizia àqueles a quem curava: “A tua fé te curou”, pois
os fenômenos de cura considerados prodígios, na verdade eram apenas consequências
de uma lei natural. Ensinava nesse momento aos que tinham “ouvidos de ouvir”,
que a potência embutida em cada um de nós, pode acionar a cura ou nos desviar
das dores que nós mesmos atraímos. Quando falamos em fé, muitas vezes nos
lembramos das doenças graves que nos atingem ou àqueles a quem amamos. Então
perguntamos; porque o poder da fé de alguns pode ser tão abrangente a ponto de
lhes ocasionar a cura?... E a resposta procurada, pesquisada, nos responde: A
fé, quando ardente e sincera, pode operar maravilhas, remover montanhas, as
Montanhas de Nossas Dificuldades, unicamente pela vontade do pensamento
dirigido para o bem. Quando Jesus disse que “a fé remove montanhas”, falava no
sentido moral e não de uma montanha de pedra, que sabemos impossível remover.
As montanhas que a fé transporta são as dificuldades, as resistências. O
preconceito, o orgulho, os interesses materiais, a cegueira, são outras tantas
montanhas que atravessam nossos caminhos, mas não nos iludamos, na grande
maioria das vezes somos nós mesmos que as colocamos, e o que é pior, na falta
de um culpado, culpamos a Deus!! E quando, pelo medo de pecar, não O culpamos,
nos sentimos desprotegidos, achamos que Deus não é assim tão amoroso e justo!
Então dizemos, embutindo nossa decepção: Porque justo comigo? Ou Deus quis
assim! Como se Deus pudesse querer que coisas ruins nos acontecessem! Não!
Somos nós que atraímos a devolutiva do que fazemos, desejamos e até pensamos,
pois que, sempre. O resultado do que nos fazemos espera mais adiante. Nem
sempre queremos nos inteirar realmente e não buscamos esclarecimento para o
entendimento das coisas espirituais porque, além de trabalhoso, aumentaria a
responsabilidade de nossos atos... E ISTO, NÃO QUEREMOS!... É tão mais fácil e
cômodo ter alguém, ainda que seja Deus, para responsabilizar pelos nossos
problemas e até pelos nossos desatinos! A fé raciocinada ilumina demais!... Não
gostamos de encarar nossas falhas, muito menos de trabalhar com elas. Preferimos
ficar no desconhecimento de nós mesmos, e não percebemos que a fé que sem
raízes se faz fraca, sem o poder de “remover nossas montanhas”, de nos levar à
compreensão da justiça de um Deus que não pune, mas que instituiu entre Suas
leis, a justíssima “Lei do Retorno”, ou “Carma”, que significa “Ação e Reação”.
Na verdade...
Somos nós mesmos que atraímos como devolutiva, a consequência
inexorável daquilo que fazemos. Na ignorância das Leis de Causa e Efeito,
usamos de nosso livre arbítrio do jeito que queremos o que vale dizer; do jeito
que, certo ou errado, no momento nos seja mais prazeroso ou conveniente, sem
pensar que há uma justiça no Universo que nos trará como retorno o resultado
bom ou mau daquilo que fazemos! Não é Deus! Somos nós que colhemos o que quer
que tenhamos plantado, porque não há conta de chegar nas Leis de Deus, ela é
justa, inexorável, imutável e eterna, como tudo que Ele criou! Se aceitarmos uma
fé que nos é imposta, sob a qual não temos o direito de raciocinar, passamos a
professar uma fé cega, que aceita sem controle o falso e o verdadeiro, mas que
cedo ou tarde se choca com a verdade e a lógica, e que, se ainda não for
fanática, vacila, não satisfaz, não acalma nossas inquietudes, não alivia
nossas dificuldades. Por isso muitas vezes vivemos infelizes e sofredores, sem
o conforto, sem o alívio daquela fé, que raciocinada e entendida, nos confere a
perseverança, a energia e os recursos necessários para a vitória, ou superação
dos obstáculos das nossas Montanhas Pessoais! No entanto, quando depositamos
nossa confiança no Criador, nosso Espírito passa a estagiar em ondas magnéticas
positivas, que por sua vez, como imã que todo pensamento é, atrai os Bons
Espíritos, que então, por misericórdia de Deus, vêm em nosso auxílio, e, mesmo
que não o percebamos, a ajuda estará se processando, ainda que em nosso
imediatismo ignoremos que... “Pedimos da maneira que queremos... recebemos da
maneira que necessitamos!” Por isto é que Jesus quando operava curas advertia:
“Vá e não tornes a pecar”. Se não naquele tempo, hoje está muito claro!...
Quando fazemos as coisas de maneira errada ficamos em desarmonia com as Leis de
Deus embutida em nosso inconsciente. Inexoravelmente, por devolução natural,
sofremos-lhe as consequências, que muitas vezes são doenças ou as grandes
dificuldades! Noutras palavras, se não mudamos de atitude, se teimosamente não
fazemos questão de melhorar nossos pensamentos e conduta, se pouco fazemos por
nossa reforma interior, por ampliar nosso autorrespeito, nosso auto amor, o
respeito e o amor ao nosso próximo, a ajuda que recebemos dura pouco, e mais a
frente os problemas voltarão... Muito Maiores, e se quer teremos o direito de
revolta, pois que tudo é uma questão de resultado. De outra forma, as
“Montanhas” a que se referia Jesus, ao invés de serem removidas por nós mesmos
quando buscamos nossa melhora espiritual, tornam-se cada vez mais nas Montanhas
de Nossas Dores e Dificuldades... A doutrina de Kardec nos oferece a chance do
estudo que leva ao esclarecimento, mas o interesse, a vontade e a
determinação... é de cada um!!
Doracy Mércia Azevedo Mota
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Bibliografia: “O Evangelho Segundo o Espiritismo” Cap. XIX “Depois da Morte” –
Leon D