Existência de Deus
Imortalidade da alma
Pluralidade das existências
Pluralidade dos mundos habitados
Comunicabilidade dos espíritos
Imortalidade da alma
Pluralidade das existências
Pluralidade dos mundos habitados
Comunicabilidade dos espíritos
1. Existência de Deus
Deus
existe. É a origem e o fim de tudo. É o criador, causa de todas as
coisas. Deus é a suprema perfeição, com todos os atributos que a nossa
imaginação lhe possa atribuir, e muito mais.
2. Imortalidade da Alma
Antes
de sermos seres humanos, filhos de nossos pais, somos, na verdade, espíritos,
filhos de Deus. O espírito é o princípio inteligente do universo, criado
por Deus, simples e ignorante, para evoluir e realizar-se individualmente pelos
seus próprios esforços.
Como
espíritos, já existíamos antes de nascermos e continuaremos a existir, depois
da morte física.
Quando
o espírito está na vida do corpo, dizemos que é uma alma ou espírito
encarnado. Quando nasce para este mundo, dizemos que reencarnou; quando
morre, que desencarnou. Desencarnado, volta ao plano espiritual ou
espiritualidade, de onde veio ao nascer.
Os
espíritos são, portanto, pessoas desencarnadas que, presentemente, estão na
espiritualidade.
3. Pluralidade das Existências
Criado
simples e ignorante, o espírito é quem decide e cria o seu próprio
destino. Para isso, ele é dotado de livre-arbítrio, ou seja, capacidade
de escolher entre o bem e o mal. Desse modo, ele tem possibilidade de se
desenvolver, evolucionar, aperfeiçoar-se, de tornar-se cada vez melhor, mais
perfeito, como um aluno na escola, passando de uma série para outra, através
dos diversos cursos. Essa evolução requer aprendizado, e o espírito só
pode alcançá-la encarnando no mundo e desencarnando, quantas vezes necessárias,
para adquirir mais conhecimentos, através das múltiplas experiências de vida.
A
reencarnação, portanto, permite ao espírito viver inúmeras existências no
mundo, adquirindo novas experiências, para se tornar melhor, não só
intelectualmente, mas, sobretudo, moralmente, aproximando-se cada vez mais do
que estabelecem as Leis de Deus.
Mas,
assim como o aluno pode repetir o ano escolar - uma, duas ou mais vezes - o
espírito que não aproveita bem sua existência na Terra, pode permanecer
estacionário pelo tempo necessário, conhecendo maiores sofrimentos, e
atrasando, assim, sua evolução, até que desperte para a necessidade de caminhar
em direção ao progresso.
Não
podemos precisar quantas encarnações já tivemos e quantas teremos pela
frente. Sabemos, no entanto, que, como espíritos em evolução
constante, reencarnaremos quantas vezes sejam necessárias, até
alcançarmos o desenvolvimento moral exigido para nos tornamos espíritos puros.
Esquecimento do passado: não nos
lembramos das vidas passadas e aí está tambem a sabedoria de Deus.
Se lembrássemos do mal que praticamos ou dos sofrimentos pelos quais passamos,
dos inimigos que nos prejudicaram ou daqueles a quem prejudicamos,
teríamos infinitas dificuldades para viver em plenitude a vida atual.
Ocorre que, frequentemente, os inimigos do passado, hoje são trazidos ao nosso
convívio próximo, na condição de
filhos, irmãos, pais, amigos, nos oferecendo a oportunidade
do resgate, da reconciliação, do amparo mútuo: esta é uma das razões da
reencarnação.
Certamente,
hoje estamos corrigindo erros praticados contra alguém, sofrendo as consequências
de crimes perpetrados, ou mesmo sendo amparados, auxiliados por aqueles que, no
pretérito, nos prejudicaram. Daí a importância da família, onde se
costumam reatar os laços cortados em existências anteriores.
A
reencarnação, dessa forma, é uma oportunidade de reparação, como é também
oportunidade de devotarmos nossos esforços pelo bem dos outros, apressando a
própria evolução espiritual. Quando reencarnamos, trazemos um "plano
de vida", compromissos assumidos durante a espiritualidade, perante nós
mesmos e nossos mentores espirituais, e que dizem respeito à reparação do mal e
à prática de todo o bem possível. Dependendo de nossas condições espirituais,
poderemos ter participado ou não dessas escolhas, optando por
provas, sofrimentos, dificuldades ou facilidades,
que propiciarão meios para nosso desenvolvimento espiritual.
A
reencarnação, portanto, como mecanismo perfeito da Justiça Divina, explica-nos
porque existe tanta desigualdade no destino das criaturas na Terra.
Pelos
mecanismos da reencarnação, verificamos que Deus não premia
ou castiga. Pela misericórdia divina, somos nós os
articuladores do próprio destino, por vezes necessitando
de sofrimentos que nos instigam à melhora e crescimento, pela lei da "ação
e reação".
4. Pluralidade dos Mundos Habitados
Nem
todas as encarnações se verificam na Terra. Existem mundos superiores e
mundos inferiores ao nosso. Quando evoluirmos, poderemos renascer num
planeta de ordem elevada. O Universo é infinito e "na
casa do Pai há muitas moradas", já dizia Jesus.
A
Terra é um mundo de categoria moral inferior, haja vista o panorama lamentável
em que se encontra a humanidade. Contudo, ela está sujeita a se
transformar numa esfera de regeneração, quando os homens se decidirem a
praticar o bem e a fraternidade reinar entre eles.
"Deus
povoou de seres vivos os mundos, concorrendo todos esses seres para o objetivo
final da Providência. Acreditar que só os haja no planeta que habitamos
fora duvidar da sabedoria de Deus, que não fez coisa alguma inútil.
Certo, a esses mundos há de Ele ter dado uma destinação mais séria do que a de
nos recrearem a vista. Aliás, nada há, nem na posição, nem no volume, nem
na constituição física da Terra, que possa induzir à suposição de que ela goze
do privilégio de ser habitada, com exclusão de tantos milhares de milhões de
mundos semelhantes." (O Livro dos Espíritos, questão 55)
5. Comunicabilidade dos Espíritos
Os
espíritos são seres humanos desencarnados. Eles são o que eram quando vivos;
bons ou maus, sérios ou brincalhões, trabalhadores ou preguiçosos, cultos ou
medíocres, verdadeiros ou mentirosos.
Eles
estão por toda parte. Não estão ociosos. Pelo contrário, eles têm
as suas ocupações, como nós, os encarnados, temos as nossas.
Não
há lugar determinado para os espíritos. Geralmente os mais imperfeitos estão
junto de nós, atraídos pela materialidade a qual estão ainda jungidos, e pela
similaridade de sentimentos com as quais nos afinizamos. Não os vemos,
pois se encontram numa dimensão diferente da nossa, mas eles podem ver-nos e
até conhecer nossos pensamentos.
Os
espíritos agem sobre nós, mas essa ação é quase que restrita ao pensamento,
porque eles não conseguem agir diretamente sobre a matéria. Para isso,
eles precisam de pessoas que lhes ofereçam recursos especiais: essas pessoas
são chamadas médiuns.
Pelo
médium, o espírito desencarnado pode comunicar-se, se puder e quiser.
Essa comunicação depende do tipo de mediunidade ou de faculdade do médium: pode
ser pela fala (psicofonia), pela escrita (psicografia), etc... Mas, toda e
qualquer comunicação não deve ser aceita cegamente; precisa ser encarada com
reserva, examinada com o devido cuidado, para não sermos vítimas de espíritos
enganadores. A comunicação depende da conduta moral do médium. Se
for uma pessoa idônea, de bons princípios morais, oferece campo para a
aproximação e manifestação de bons espíritos.
É
preciso ficar alerta contras as mistificações e contra os falsos médiuns, que
tentam iludir o público menos avisado em troca de vantagens materiais.
Por isso, é importante que, antes de ouvir uma comunicação, a pessoa se
esclareça a respeito do Espiritismo.
Fonte:
- "Iniciação ao Conhecimento da Doutrina Espírita",
livreto elaborado pelo CE "Caminho de Damasco" - Revue Spirite -
dez/1868
- Livro dos Espíritos Allan Kardec
- Livro dos Espíritos Allan Kardec
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