A parábola nos faz
refletir sobre diversos temas que poderíamos abordar. Mas o que está muito
claro e é muito curioso, é quando fala dos trabalhadores que foram trabalhar na
“vinha”. Onde seria a vinha? Deus, segundo a Doutrina Espírita tem várias
vinhas, mas a parábola se refere a nossa vinha, nosso planeta Terra, onde estão
plantadas as vinhas de Deus, ou seja, seus filhos, nós. “Jesus, empregava a
simplicidade dos símbolos em sua linguagem”, assim disse Constantino, o
Espírito Protetor que nos fala no Evangelho, e podemos comprovar essa
simbologia quando lemos outras de suas parábolas.
Bom, voltemos à vinha! O Reino dos
Céus contratou trabalhadores para que trabalhassem nessa vinha, porque elas
precisam ser regadas e que tratem o solo, para quando vierem frutos elas
estejam fortes e tenham frutos doces. A parábola diz que esses trabalhadores
terão um dia, que para nós significa um ciclo de mudança na terra. De acordo
com essa ideia, porque lembram-se, estamos desmistificando uma parábola de
Jesus; os trabalhadores da primeira hora foram Moisés, os Profetas e os
Espíritos superiores que reencarnaram para iniciar as diversas etapas do
progresso. Eles foram os porta-vozes da Espiritualidade. Depois, ainda cita que
na segunda hora foram os primeiros mártires, aqueles que deram a sua vida pelo Cristianismo:
os apóstolos, os sábios, os filósofos, Pais da Igreja, como Santo Agostinho;
que nos deixaram grandes ensinamentos. Depois o Reino dos Céus chamou na
terceira, na sexta e na nona hora do dia mais trabalhadores, que são aqueles
que vieram a Terra para continuar a obra que já tinha sido iniciada. Dentre
esses trabalhadores podemos citar Rousseau, Pestalozzi e Kardec. Todos eles
vieram e deram continuidade a obra segundo a vontade de Deus.
E agora? Quem são os trabalhadores
da última hora? São os Espíritas, “que foram anunciados e profetizados desde a
vinda de Jesus”, e não são palavras minhas, são palavras do Evangelho. Todos
vocês vieram quando foram chamados, uns mais cedo, outros mais tarde, para
vivenciar a reencarnação que estão vivendo agora. Mas há quantos séculos o
Senhor os está chamando para trabalhar em Sua vinha, sem que aceitemos o
convite? Mas agora chegou o momento! Se quisermos receber o salário, devemos
empregar bem esta hora que nos resta.
Devemos dar continuidade ao
trabalho realizado pelos nossos antecessores. Muitos daquela época revivem
hoje, ou reviverão amanhã para completar a obra que já haviam iniciado. Quando
a parábola fala que “os últimos serão os primeiros”, nos traz o grande
ensinamento de que a vida continua. Entre nós encontram-se muitos profetas,
discípulos do Cristo, enfim, muitos propagadores da fé cristã; que estão mais
esclarecidos e mais adiantados e vieram trabalhar na cúpula do edifício e não
mais na base. Nunca se esqueçam de que a existência, por mais longa que possa
parecer, não passa de um momento muito breve na imensidade dos tempos que
formam, para nós, a eternidade.
Muitas revoluções morais e
filosóficas surgem e surgirão em todos os pontos da terra. Pois estamos na
última hora! A tempestade está sobre nós a fim de reduzir ao nada as
perversidades terrenas. O Velho Mundo deve ser deixado para trás, para que as
gerações futuras tenham conhecimento como lenda, assim como nós conhecemos,
vagamente, os tempos da civilização pagã. Portanto, meus amigos armem-se de
decisão e de coragem! Mãos a obra! A terra já está preparada, as vinhas
precisam frutificar, para quando entrarmos num Mundo de Regeneração as uvas serem
colhidas, e essas uvas precisam ser doces. Meus amigos, vamos trabalhar juntos,
demonstrando e ensinando a verdadeira caridade. Amar ao próximo sem interesse
pessoal. Vamos fazer com que a Lei de Deus triunfe. Tenham fé, porque não
estamos sós!
Que todos nós, a partir desse
momento, possamos refletir sobre nossas ações. O que estou fazendo? O que posso
fazer? Temos muitos irmãos aqui na terra com muita vontade de trabalhar, então
que possamos unir nossos esforços para que o Senhor encontre sua obra terminada
quando chegar.
Que Deus nos ampare e
nos fortaleça! Assim seja! Graças a Deus!
Autora: Aline Maria Ramos de Carvalho
Fonte: O Evangelho
Segundo o Espiritismo de Allan Kardec