Kardec, enquanto recebes as homenagens do mundo, pedimos vênia para associar nosso preito singelo de amor aos cânticos de reconhecimento que te exaltam a obra gigantesca nos domínios da libertação espiritual
Não nos referimos aqui ao professor emérito que foste, mas ao discípulo de Jesus que possibilitou o levantamento das bases do Espiritismo Cristão, cuja estrutura desafia a passagem do tempo.
Não nos referimos aqui ao professor emérito que foste, mas ao discípulo de Jesus que possibilitou o levantamento das bases do Espiritismo Cristão, cuja estrutura desafia a passagem do tempo.
Falem outros dos títulos de cultura que te exornavam a
personalidade, do prestígio que desfrutavas na esfera da inteligência, do
brilho de tua presença nos fastos sociais, da glória que te ilustrava o nome,
de vez que todas as referências à tua dignidade pessoal nunca dirão
integralmente o exato valor de teus créditos humanos.
Reportar-nos-emos ao amigo fiel do Cristo e da Humanidade, em
agradecimento pela coragem e abnegação com que te esqueceste para entregar ao
mundo a mensagem da Espiritualidade Superior.
E, rememorando o clima de inquietações e dificuldades em que, a
fim de reacender a luz do Evangelho, superaste injúria e sarcasmo, perseguição
e calúnia, desejamos expressar-te o carinho e a gratidão de quantos edificaste
para a fé na imortalidade e na sabedoria da vida.
O Senhor te engrandeça por todos aqueles que emancipaste das
trevas e te faça bendito pelos que se renovaram perante o destino à força de
teu verbo e de teu exemplo!…
Diante de ti, enfileiram-se, agradecidos e reverentes, os que
arrebataste à loucura e ao suicídio com o facho da esperança; os que arrancaste
ao labirinto da obsessão com o esclarecimento salvador; os pais desditosos que
se viram atormentados por filhos insensíveis e delinquentes, e os filhos
agoniados que se encontraram na vala da frustração e do abandono pela
irresponsabilidade dos pais em desequilíbrio e que foram reajustados por teus
ensinamentos, em torno da reencarnação; os que renasceram em dolorosos
conflitos da alma e se reconheceram, por isso, esmagados de angústia nas
brenhas da provação, e os quais livraste da demência, apontando-lhes as vidas
sucessivas; os que se acharam arrasados de pranto, tateando a lousa na procura
dos entes queridos que a morte lhes furtou dos braços ansiosos, e aos quais
abriste os horizontes da sobrevivência, insuflando-lhes renovação e paz, na
contemplação do futuro; os que soergueste do chão pantanoso do tédio e do
desalento, conferindo-lhes, de novo, o anseio de trabalhar e a alegria de
viver; os que aprenderam contigo o perdão das ofensas e abençoaram, em prece,
aqueles mesmos companheiros da Humanidade que lhes apunhalaram o espírito, a
golpes de insulto e de ingratidão; os que te ouviram a palavra fraterna e
aceitaram com humildade a injúria e a dor por instrumento de redenção; e os que
desencarnaram incompreendidos ou acusados sem crime, abraçando-te as páginas
consoladoras que molharam com as próprias lágrimas…
Todos nós, os que levantaste do pó da inutilidade ou do fel do
desencanto para as bênçãos da vida, estamos também diante de ti!…
E, identificando-nos na condição dos teus mais apagados admiradores
e com os últimos dos teus mais pobres amigos, comovidamente, em tua festa, nós
te rogamos permissão para dizer: “Kardec, obrigado!… Muito obrigado!”…
Pelo
Espírito Irmão X (Humberto de Campos). Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Histórias e Anotações.
Lição nº 12. Pág. 78. São Paulo: Ed. CEU. Página recebida pelo médium Francisco
Cândido Xavier, em homenagem, ao aniversário de Allan Kardec.
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