Quando as dificuldades atingem o apogeu, induzindo
os companheiros mais valorosos a desertarem da luta pelo estabelecimento das
boas obras, e prossegues sob o peso da responsabilidade que elas acarretam, na
convicção de que não nos cabe descrer da vitória final...
Quando os problemas se multiplicam na estrada,
pela invigilância dos próprios amigos, e te manténs, sem revolta, nas
realizações edificantes a que te consagras...
Quando a injúria te espanca o nome, procurando
desmantelar-te o trabalho, e continuas fiel às obrigações que abraçaste, sem
atrasar o serviço com justificações ociosas...
Quando tentações e perturbações te ameaçam as
horas, tumultuando-te os passos, e caminhas à frente, sem reclamações e sem
queixas...
Quando te é lícito largar aos ombros de outrem a
carga de atribuições sacrificiais que te assinala a existência, e não te
afastas do serviço a fazer, entendendo que nenhum esforço é demais em favor do
próximo...
Quando podes censurar e não censuras, exigir e
não exiges...
Então, terás levantado a fortaleza da paciência
no reino da própria alma.
Nem sempre passividade significa resignação
construtiva.
Raramente pode alguém demonstrar conformidade,
quando se encontre sob os constrangimentos da provação.
Paciência, em verdade, é perseverar na edificação
do bem, a despeito das arremetidas do mal, e prosseguir corajosamente
cooperando com ela e junto dela, quando nos seja mais fácil desistir.
do livro Encontro Marcado, autor: Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, Federação Espírita Brasileira, 1967
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