quarta-feira, 18 de junho de 2014

Paciência e nós


  Quando as dificuldades atingem o apogeu, induzindo os companheiros mais valorosos a desertarem da luta pelo estabelecimento das boas obras, e prossegues sob o peso da responsabilidade que elas acarretam, na convicção de que não nos cabe descrer da vitória final...


  Quando os problemas se multiplicam na estrada, pela invigilância dos próprios amigos, e te manténs, sem revolta, nas realizações edificantes a que te consagras...

  Quando a injúria te espanca o nome, procurando desmantelar-te o trabalho, e continuas fiel às obrigações que abraçaste, sem atrasar o serviço com justificações ociosas...

  Quando tentações e perturbações te ameaçam as horas, tumultuando-te os passos, e caminhas à frente, sem reclamações e sem queixas...
  Quando te é lícito largar aos ombros de outrem a carga de atribuições sacrificiais que te assinala a existência, e não te afastas do serviço a fazer, entendendo que nenhum esforço é demais em favor do próximo...
  Quando podes censurar e não censuras, exigir e não exiges...
  Então, terás levantado a fortaleza da paciência no reino da própria alma.
  Nem sempre passividade significa resignação construtiva.
  Raramente pode alguém demonstrar conformidade, quando se encontre sob os constrangimentos da provação.
  Paciência, em verdade, é perseverar na edificação do bem, a despeito das arremetidas do mal, e prosseguir corajosamente cooperando com ela e junto dela, quando nos seja mais fácil desistir.



do livro Encontro Marcado, autor: Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, Federação Espírita Brasileira, 1967

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