Operar a propagação da Doutrina
Espírita para a renovação do homem, eis a função essencial do Centro Espírita,
cujas finalidades derivam da sua natureza de núcleo de estudo, fraternidade,
oração e trabalho, com base no Evangelho de Jesus interpretado à luz da
Doutrina Espírita.
O Centro deve ser a casa da
grande família, onde as crianças, os jovens, os adultos e os mais idosos tenham
a oportunidade de conviver, estudar e trabalhar. Os Centros mais estáveis são
aqueles em que a família inteira
participa, em que as atividades dos adultos,
dos jovens e das crianças são integradas. Esses Centros formam assim a grande
família, que é a reunião das famílias que neles trabalham.
Como escola da alma que deve ser,
onde a oração está presente no processo, cabe ao Centro Espírita promover a
educação integral do homem, o estudo sistematizado da Doutrina Espírita e do
Evangelho, a evangelização da criança à luz da Doutrina Espírita, a integração
do jovem nas tarefas da Casa, o estudo da mediunidade, o atendimento
fraterno
às pessoas que procuram o Centro e a implantação do culto do Evangelho no lar.
O Centro tem por fim o homem
espiritual, antes do homem físico, preparando-o para ser um homem de bem no
meio social em que atue. O estudo sistematizado é excelente instrumento de
formação de recursos humanos necessários à Casa. O estudo da mediunidade visa
oferecer orientação segura para as atividades mediúnicas. O diálogo com as pessoas,
o contato direto com os participantes do Centro, para sabermos o que eles
desejam fazer, é uma atividade indispensável.
O Centro Espírita é também um
posto de socorro material e espiritual. Seu trabalho no campo assistencial tem
por base o lema: "Fora da caridade não há salvação". Nesse sentido,
cabe à Casa espírita promover o serviço de assistência social espírita,
assegurando suas características beneficentes, preventivas e promocionais,
conjugando a ajuda material e a espiritual e fazendo com que este serviço se
desenvolva concomitantemente com o atendimento às necessidades de evangelização.
Se o Espiritismo é combatido
pelas diferentes religiões cristãs no que diz respeito à Doutrina, é tolerado,
respeitado e até ajudado no campo da assistência social, onde desenvolve um trabalho
importante. Temos de compreender, contudo, que a caridade, tal como conceituada
no item 886 d' O Livro dos Espíritos -- benevolência para com todos,
indulgência para com as imperfeições dos outros, perdão das ofensas --
constitui algo que transcende a esmola e o mero assistencialismo. Na tarefa
espírita, devemos ter em conta que a meta é a evangelização da pessoa; as
demais atividades são meios.
Ao promover o serviço de
assistência social espírita, o Centro incorpora-se à vida da comunidade,
coopera com o poder público e concorre para amenizar e minimizar os problemas
sociais e o sofrimento dos menos afortunados. É mais espiritual que material
essa assistência, porque visa ensinar o indivíduo a pescar e não apenas dar-lhe
o peixe. O espírita não é melhor que os outros: o espírita é apenas diferente
no enfoque dos problemas humanos, pois o verdadeiro espírita quer servir, não
servir-se, e sabe que os indivíduos maus estão exercendo seu livre
arbítrio contra os outros, agravando o seu futuro, enquanto os bons
exercem seu livre arbítrio a favor dos outros.
Do: Seminário " O
Centro Espírita e suas Dimensões Espirituais" - Coordenador: Astolfo
Olegário de Oliveira Filho
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