sábado, 5 de outubro de 2013

Eficácia da prece

     Seja o que peçais na prece, crede que obtereis e concedido vos será o o que pedirdes ( Marcos Cap. XI, v.24.)
     Há quem conteste a eficácia da prece, com fundamento no princípio de que, conhecendo Deus as nossas necessidades, inúteis se tornam expor-lhas. E acrescentam os que assim pensam que, achando-se tudo no Universo encadeado por leis eternas, não podem as nossas súplicas mudar os decretos de Deus.
     Sem dúvida alguma, há leis naturais e imutáveis que não podem ser ab-rogadas ao capricho de cada um; mas, daí a crer-se que todas as circunstâncias da vida estão submetidas à fatalidade vai uma grande distância. Se assim fosse, nada mais seria o homem do instrumento passivo, sem livre-arbítrio e sem iniciativa, Nessa hipótese, só lhe caberia curvar a cabeça ao jugo dos acontecimentos, sem cogitar de evitá-los; não devera ter procurado desviar o raio. Deus não lhe outorgou a razão e a inteligência para que ele as deixasse sem serventia; a vontade para não querer; a atividade, para ficar inativo. Sendo livre o homem de agir num sentido ou noutro, seus atos lhe acarretam, e aos demais, conseqüências subordinadas ao que lê faz ou não. Há, pois, devidos á sua iniciativa, sucessos que forçosamente escapam à fatalidade e que não quebram a harmonia das leis universais, do mesmo modo o avanço ou o atraso do ponteiro de um relógio não anula a lei do movimento sobre o qual se funda o mecanismo. Possível é, portanto, que Deus aceda a certos pedidos, sem perturbar a imutabilidade das leis que regem o conjunto, subordinada sempre essa anuência à sua vontade.
     O Espiritismo torna compreensível a ação da prece, explicando o modo de transmissão do pensamento, quer no caso em que o ser  a quem  oramos acuda o nosso apelo, quer no em que apenas chegue o nosso pensamento. Para apreendermos o que ocorre em tal circunstância, precisar conceber mergulhados no fluido universal, que ocupa o espaço, todos os seres encarnados ou desencarnados, tal qual nos achamos, neste mundo, dentro da atmosfera. Esse fluido recebe da vontade uma impulsão; ele é o veículo do pensamento, como o ar é circunscritas, ao passo que as do fluido universal se estendem ao infinito. Dirigido, pois, o pensamento para um ser qualquer, na Terra ou no espaço, de encarnado para desencarnado ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece entre um e outro, transmitindo de um ao outro o pensamento, como o ar transmite o som. A energia da corrente guarda proporção com a do pensamento e da vontade. É assim, que os Espíritos se comunicam entre, que nos transmitem suas inspirações, que relações se estabelecem a distância entre encarnados. Pela prece, obtém o  homem o concurso dos bons espíritos que acorrem a sustenta-lo em suas boas resoluções e a inspirar-lhe idéias sãs. Ele adquire, desse modo, a força moral necessária a vencer as dificuldades e a volver ao caminho reto se deste se afastou. Por esse meio, pode também desviar de si os males que atrairia pelas suas próprias faltas. FELICIDADE, QUE A PRECE PROPORCIONA-Vinde vós que desejais crer. Os Espíritos celestes acorrem a vos anunciar grandes coisas. Deus, meus filhos, abre os seus tesouros, para vos outorgar seus benefícios.Homens incrédulos! Se soubésseis quão grandes bem faz a fé ao coração e como induz a alma ao arrependimento e à prece! Ah!...Como são tocantes as palavras que saem da boca daquele que ora! Aprece é o orvalho divino que aplaca o calor excessivo das paixões. Filha primogênita da fé, ela nos encaminha para a senda que conduz a Deus. No recolhimento e na solidão, estais com Deus. No recolhimento e na solidão a senda que conduz a Deus. No recolhimento e na solidão, estais com Deus. Para vós, já não há mistérios: eles se vos desvendam. Apóstolos do pensamento é para vós a vida: Vossa alma se desprende da matéria e rola por esses mundos infinitos e etéreos, que os pobres humanos desconhecem... (Santo Agostinho, Paris, 1861).

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