Nossa
vida é uma sucessão constante de acontecimentos, de encontros e desencontros,
de situações aparentemente inexplicáveis, diante das quais, muitas vezes,
sentimo-nos como vítimas diante de carrasco implacável, impotentes diante de um
destino cruel e irracional.
No
universo, tudo está intimamente relacionado, numa sequência de ações que
desencadeiam reações de igual intensidade. Deus é infinitamente justo e bom, e
nada ocorre que não seja Seu desígnio. Não existe ocorrência do acaso ou sem
uma causa justa. Cada evento ocorre de forma natural, planejada e lógica.
Todos
somos responsáveis por cada um dos eventos que ocorrem em nossas vidas, sejam
estes eventos bons, ou aparentemente terríveis. Neste contexto, não existem
vítimas. O que aparentemente não tem explicação é porque nos falta alcance para
compreensão da real origem de cada acontecimento.
Se
buscarmos em nós mesmos, em nossas próprias atitudes, quase sempre
encontraremos a causa de todas as nossas mazelas, porém, caso não a encontremos
a primeira vista, isto não significa que ela não exista, pois não existe efeito
sem causa. Muitas vezes, as causas dos males que nos acometem podem
encontrar-se num passado distante, em existências anteriores, momentaneamente
inacessíveis pelo véu do esquecimento.
“Todas as
nossas ações são submetidas às leis de Deus; não há nenhuma delas, por mais
insignificante que nos pareçam, que não possa ser uma violação dessas leis. Se
sofremos as conseqüências dessa violação, não nos devemos queixar senão de nós
mesmos, que nos fazemos assim os artífices de nossa felicidade ou de nossa infelicidade
futura.”
Pela lei
de causa e efeito, o homem pode compreender a causa de seus sofrimentos, e de
todo o mal que aflige a humanidade, e pode acima de tudo conhecer e amar um
Deus justo e racional, que dá a cada um segundo suas obras.
A respeito de um caso que nos servirá de exemplo, no
livro "O Céu e o Inferno", Capítulo VIII, "Expiações
Terrestres", Allan Kardec estuda o caso de um menino que ele descreve:
"Havia num hospital de província um menino de 8 a 10 anos, cujo estado era
difícil precisar. Designavam-no pelo nº 4. Totalmente contorcido, já pela sua
deformidade inata, já pela doença, as pernas se lhe torciam roçando pelo
pescoço, num tal estado de magreza, que eram pele sobre ossos. O corpo, uma
chaga; os sofrimentos, atrozes. Era oriundo de uma família israelita. A
moléstia dominava aquele organismo, já de oito longos anos, e no entanto
demonstrava o enfermo uma inteligência notável, além de candura, paciência e resignação
edificantes. (...)". O menino em questão veio a desencarnar nessas
condições, dando, depois, na Sociedade Espírita de Paris, a comunicação da qual
extraímos algumas partes, mas que está integral no livro citado.
"(...)asseguro-vos que todo sofrimento tem uma causa justa. Aquele a quem
conhecestes tão mísero foi belo, grande, rico e adulado. Eu tivera turiferários
e cortesãos, fora fútil e orgulhoso. Anteriormente fui bem culpado; reneguei
Deus, prejudiquei meu semelhante, mas expiei cruelmente, primeiro no mundo
espiritual e depois na Terra. Os meus sofrimentos de alguns anos apenas, nesta
última encarnação, suportei-os eu anteriormente por toda uma existência que
ralou pela extrema velhice. Por meu arrependimento reconquistei a graça do
Senhor, o qual me confiou muitas missões, inclusive a última, que bem
conheceis. E fui eu quem as solicitou, para terminar a minha depuração_.
(...)" (Marcel, 'o menino do número 4') Para finalizar, o próprio espírito
Marcel nos fala sobre o papel imenso que o conhecimento da lei de causa e
efeito que o Espiritismo faculta, como esse conhecimento pode ajudar a consolar
e instruir àqueles que sofrem. "(...)
L.E. 964
O Céu e o Inferno - Capítulo VIII,
"Expiações Terrestres"
Um comentário:
Acredito muito nisso. Domingo vou tentar ir no centro, estou sentindo falta.
bjos
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