Muita gente procede assim, por falta de uma palavra amiga que lhe
favoreça a direção.
Quantas vezes, nós próprios anestesiamos a noção de responsabilidade ao
elixir da conveniência e teremos procedido também desse modo, em estâncias do
passado, diante das tarefas renovadoras de outras reencarnações?
Nenhuma intenção de fazer pejorativa a identificação do companheiro de
ideal e trabalho a que podemos designar como sendo meio-espírita, de vez que o
nosso propósito é aquele dos irmãos empenhados em elevar o nível de rendimento
da família na prosperidade doutrinária.
Os espíritas de metade existem e decerto que grande merecimento possuem
pelas qualidades respeitáveis que já apresentam, mas devemos ajudá-los através
da oração a complementarem as realizações edificantes que se encontram
intimados a fazer.
São eles habitualmente pessoas convictas das realidades do espírito;
contudo, não se apercebem da importância disso, exaltando fenômenos e não
levantando sequer uma palha na divulgação da verdade.
Acreditam que é preciso trabalhar nas boas obras e nunca se animam a
mínima tarefa.
Destacam a excelência da seara espírita e recusam qualquer compromisso
de trabalho dentro dela.
Fogem de colaborar na ação construtiva, e, se encontram confrades
zelosos e disciplinados em serviço, costumam interpretá-los por irmãos
tendentes a fanatismo e covardia.
Estão invariavelmente prontos a receber o socorro do passe ou do amparo
espiritual e são alérgicos aos aborrecimentos, mesmo pequeninos, quando se
trata de prestarem algum auxílio aos outros.
Dizem-se prudentes e se fazem tão arredios da edificação espírita, em nome
da prudência, que chegam a entravar o passo de numerosos irmãos dispostos a
trabalhar.
Aceitam os preceitos espíritas, mas habituam-se, de tal maneira, a
seguir os preconceitos do mundo, que chegam a abraçar as piores diretrizes
sociais, sob a alegação de que a fraternidade precisa estar com todos.
Revelam-se por excelentes conversadores, destacando a verdade com o
verbo quente e expressivo nas horas de céu calmo; todavia esmorecem na palavra
frouxa e morna, quando as nuvens borrascosas da mentira exigem o testemunho da
verdade.
Reflitamos no assunto e pausemos para auto-exame. Reconheçamos a
grandeza da redentora Doutrina dos Espíritos que nos traz as bênçãos de Jesus
por inteiro. Evitemos a nossa classificação deficitária de aprendizes com
aproveitamento de metade que, ao invés de situar-nos no caminho do meio, nos
deixa para trás, no meio do caminho.
(Londres, Inglaterra, 10, Aposto, 1965.)
Livro Entre Irmãos de outras terras, Autores
Diversos, médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, FEB
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