Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros, antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa. (Op. cit.)
Os Espíritos nos afirmam que o desinteresse é a maior demonstração de nossa elevação moral bem como “a sublimidade da virtude. [...] A mais meritória [virtude] é a que assenta na mais desinteressada caridade”. (LE, questão 893.)
“O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus”. (ESE, cap. XVII, item 3.) Esse é o que, independentemente da religiosidade ou não do próximo, atenta para o convite de Jesus: “Um novo mandamento vos dou. Que vos ameis uns aos outros tanto quanto eu vos amei”. (João, 13: 34.)
“Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam”. (ESE, cap. XVII, item 3.) Esse respeito decorre da certeza mesma de que todos somos irmãos em Deus, avultando a vontade de ser bom e o respeito pelo próximo como mais importantes do que a crença.
Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à ideia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor. (Op. cit.)
Aqui recordamos a máxima escrita por Kardec (Op. cit., cap. XV, item 10) e confirmada pelo apóstolo Paulo, na mensagem final desse capítulo: “Fora da caridade não há salvação”.
“Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus”. (Op. cit., cap. XVII, item 3.) O limite dos nossos direitos, dizem-nos os Espíritos superiores, termina exatamente onde ameaçamos os do nosso próximo.
“Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz”. (Op. cit.)
Por essas palavras finais, percebemos que ser homem de bem é um caminho longo a percorrer. Mas não devemos desanimar jamais, pois o mesmo caminho que percorre o bem também o faz a felicidade. Repetindo Allan Kardec, concluímos:
[...] Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más. (Op. cit., cap. XVII, item 4.)
Referências:
KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Trad. Guillon Ribeiro. 129. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010.
O livro dos espíritos. Trad. Guillon Ribeiro. 91. ed. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010.
Matéria escrita por Jorge Leite de Oliveira e extraída da Revista Reformador Setembro de 2011.
O livro dos espíritos. Trad. Guillon Ribeiro. 91. ed. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010.
Matéria escrita por Jorge Leite de Oliveira e extraída da Revista Reformador Setembro de 2011.
Nenhum comentário:
Postar um comentário